A carne de frango é, desde 2007, a carne mais consumida pelos brasileiros.
Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), atualmente são consumidos 43 quilos de carne de frango por habitante/ano no Brasil, sendo o consumo de carne bovina 25,0% menor.
Neste momento de crise econômica, com descapitalização da população e alta taxa de desemprego, o consumidor perdeu poder de compra. Com isso, a procura por fontes de proteína animal de menor preço cresceu.
A carne bovina
Os frigoríficos de carne bovina, por sua vez, têm dificuldade de escoar a carne, e em função disso diminuem os abates diários, visando manter os estoques enxutos e controlar os preços.
Mesmo assim, o preço da carne bovina sem osso no mercado atacadista caiu 5,7% do início do ano até meados de abril, comportamento puxado fortemente pelos cortes de traseiro, de maior preço, que acumularam queda de 7,4%.
Já os cortes de dianteiro, mais “baratos”, subiram 0,2% no mesmo intervalo, fato que comprova a procura por cortes de menor valor.
Por outro lado, de janeiro a abril, a arroba do boi gordo subiu 4,7%, resultando em encurtamento da margem de comercialização das indústrias frigoríficas. Atualmente, a diferença entre o Equivalente Scot Desossa e o preço pago pela arroba está em 14,7%, 6,1 pontos percentuais menor que a média histórica, de 20,8%, considerando o período iniciado em 2007.
A carne de frango
No mercado da carne de frango, as cotações vêm caindo. Atualmente, o preço da carcaça no atacado está 9,6% menor em relação ao início deste ano.
Além disso, o produtor de aves tem se deparado com o aumento do custo de produção. Os custos com alimentação, que correspondem a cerca de 70,0% do custo total de produção de um frango, aumentaram, impulsionado pelo milho, que em Campinas-SP está 73,6% mais caro que no mesmo período do ano anterior.
Relação entre preços e competitividade da carne de frango frente à bovina
Analisando os últimos dez anos, em meados do ano passado, a carne de frango apresentava a melhor competitividade frente à carne bovina (2,4kg de frango para 1,0kg de dianteiro bovino). Este cenário ocorrera devido às valorizações da carne bovina após os ajustes produtivos dos frigoríficos e queda dos preços do frango, causado pelo aumento da oferta.
Atualmente, a relação de preço entre o dianteiro bovino com osso e a carcaça de frango no atacado está em 2,29, ou seja, com o preço de um quilo de carne bovina é possível comprar 2,29 quilos de carne de frango. Alta de 38,8% se comparado à média da série, que é de 1,65.
No varejo a situação está semelhante. O quilo da paleta, corte bovino de menor preço, está 200,0% mais caro que o quilo do frango inteiro.
Considerações finais
A descapitalização do consumidor tem refletido na escolha do corte e tipo de carne.
Apesar do aumento dos custos de produção para o frango, o que pode contribuir para enxugar a oferta, em razão da rápida resposta da produção avícola, a expectativa é de que a carne bovina ainda continue em patamares historicamente desfavoráveis frente à de frango (acima da média).
Com isso, a carne de frango consolida-se como a proteína animal mais consumida pelo brasileiro.
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