A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgaram na primeira quinzena de julho os relatórios de oferta e demanda de grãos.
Os dois relatórios impactaram o mercado.
No caso da Conab, as principais razões foram as revisões para baixo da produção brasileira na segunda safra de milho (2015/2016) e, consequentemente, redução dos estoques internos previstos para a temporada atual.
A colheita da segunda safra está em pleno andamento. A Conab estimada 43,05 milhões de toneladas na temporada atual. Em relação ao relatório anterior, o volume previsto diminuiu expressivos 13,9%. Na comparação com o ciclo anterior, a produção deve ser 21,1% menor ou 11,53 milhões de toneladas a menos, somente na segunda safra.
Com relação aos estoques finais em 2015/2016, a estimativa é de 4,47 milhões de toneladas de milho, frente as 10,51 milhões estocadas ao final de 2014/2015. Este é o menor estoque desde 2011/2012.
Os estoques internos enxutos voltaram a dar sustentação aos preços do milho, mesmo com a colheita em andamento. A menor disponibilidade na temporada mexeu também com os preços do cereal no mercado futuro (BM&F/Bovespa), com altas para os contratos com vencimento em médio e longo prazos.
No caso do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o que chamou a atenção no relatório de julho foram os aumentos previstos nas exportações norte-americanas.
Para o milho, a expectativa é de que sejam embarcadas 52,07 milhões de toneladas em 2016/2017. O volume é maior que o estimado em junho (49,53 milhões de toneladas) e também acima das exportações na temporada passada, de 48,26 milhões de toneladas do cereal.
As exportações norte-americanas de soja foram estimadas em 52,25 milhões de toneladas no ciclo atual, frente as 51,71 milhões de toneladas previstas no relatório anterior e 48,85 milhões de toneladas embarcadas em 2015/2016.
Além da demanda firme no mercado internacional, as previsões climáticas indicando tempo mais quente e seco nos próximos dias para o Meio-Oeste norte-americano deram sustentação às cotações da soja e milho no mercado internacional, mesmo com as revisões para cima da produção nos Estados Unidos em 2016/2017.
Em curto e médio prazo, as questões climáticas devem seguir como principal fator de interferência no mercado de milho e soja. É o “mercado de clima”.
Além disso, os olhares seguirão atentos à demanda mundial e aos volumes exportados.
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