O agronegócio depende de crédito.
As instituições financeiras, representadas pelos bancos públicos e privados, cooperativas de crédito, bancos de desenvolvimento e agências de fomento, são atores fundamentais para o financiamento.
Nesta edição, apresentaremos um balanço do crédito rural no ano agrícola 2015/16 (julho/15 a junho/16), com base em informações do Banco Central.
Montante e finalidade
No ano agrícola 2015/16, o crédito agrícola totalizou R$166,15 bilhões. Tal montante foi 6,4% maior que o registrado em 2014/15, portanto, abaixo da inflação do período.
Na figura 1 está a distribuição de acesso ao crédito por região geográfica.
A região Sul é a líder, com 37,6% do montante financiado (R$62,45 bilhões). Na sequência aparecem o Sudeste, com 27,7% (R$46,01 bilhões), e Centro-Oeste 22,4% (R$37,29 bilhões). As três regiões, em conjunto, responderam por 87,7% da contratação de crédito.
Na segmentação por finalidade, 61,0% (R$101,29 bilhões) foi direcionado para custeio, 22,9% (R$38,05 bilhões) para investimento e 16,1% (R$26,81 bilhões) para comercialização.
Frente à safra passada, a principal mudança foi a ampliação do crédito para custeio e a redução para investimentos.
Em 2014/15, as participações do crédito para custeio, investimento e comercialização no total foram de 52,3%, 32,9% e 14,8%, respectivamente.
Instituições financeiras
Os bancos públicos são os maiores financiadores do campo. Juntos, eles emprestaram R$100,14 bilhões no ciclo 15/16, o que representa 60,3% do total.
O Banco do Brasil é, de longe, o maior agente financiador. A instituição, sozinha, disponibilizou R$84,43 bilhões, ou metade (50,8%) do crédito agrícola total nesta safra.
No pódio do crédito rural dentre os bancos públicos, aparecem, na sequência, o Banco do Nordeste e a Caixa Econômica Federal, com R$6,20 bilhões e R$4,99 bilhões financiados, nesta ordem.
Os bancos privados também são fonte importante de crédito rural, tendo sido responsáveis pelo financiamento de R$45,44 bilhões, ou 27,3% do total do ano safra.
A disputa pelo primeiro lugar foi bem acirrada. Em primeiro e segundo lugares ficaram o Itaú Unibanco, com R$10,98 bilhões, e o Bradesco, com R$10,88 bilhões financiados. A terceira posição ficou para o Banco Santander, responsável por financiar R$6,74 bilhões.
Por fim, as cooperativas de crédito, bancos de desenvolvimento e agências de fomento, juntas, foram responsáveis pelo financiamento de R$20,57 bilhões, ou 12,4% da soma total.
Neste grupo, somente duas instituições emprestaram mais de um bilhão de reais.
A responsável dentre as cooperativas foi a Credicitrus (R$1,99 bilhão) e, dentre os bancos de desenvolvimento, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul ((R$1,93 bilhão).
Considerações finais
Ao descontarmos a inflação (valores corrigidos), houve uma redução dos recursos financeiros disponibilizados nesta última safra, frente a 2013/14 e 2014/15.
Este cenário é reflexo do menor aumento do crédito disponibilizado para o agronegócio neste período, bem como maiores taxas de inflação, que exerceram impacto direto na correção dos valores nos últimos dois anos.
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