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Scot Consultoria

Carta Grãos - Mais milho na safra de verão?


Terça-feira, 30 de agosto de 2016 - 15h00

A expectativa é de que o preço elevado do milho aumente a intenção de plantio na safra de verão ou primeira safra 2016/2017.

As recentes quedas nos preços da soja, em função do câmbio e da boa situação das lavouras nos Estados Unidos, influem nesse cenário, principalmente com o câmbio mais fraco, com o dólar caindo em relação ao real e à retomada dos estoques mundiais.

Observe na figura 1 que a cotação do milho caiu nesta reta final da colheita da segunda safra, mas o cenário para o médio e longo prazos é de firmeza (em relação à soja) devido aos estoques reduzidos no mercado interno.

Resultados econômicos

Com base nos parâmetros médios de mercado e de produtividade média, calculou-se o lucro por hectare da produção de milho e soja na safra atual e em 2016/2017 no Paraná, um dos principais produtores nacionais.

O preço de venda considerado para 2015/2016 foi a média entre os meses de julho de 2015 a junho de 2016. Para os preços de vendas 2016/2017 foi considerada a média do segundo semestre de 2016 e do primeiro semestre de 2017, com base na variação dos contratos futuros de milho na BM&F/Bovespa, extrapolados para os preços no Paraná.

O lucro médio estimado para o milho é de R$1.257,74 por hectare em 2016/2017, frente aos R$1.424,67 por hectare na temporada atual.

A expectativa é de queda nos preços do cereal em relação aos patamares registrados em especial no primeiro semestre de 2016. Com o aumento nos custos de produção, o lucro por hectare deverá cair 11,7% em relação à 2015/2016.

Porém, para quem travou os preços no pico, em maio, cuja cotação média foi de R$45,50 por saca, no estado, o lucro pode chegar a R$2.323,14 por hectare.

Veja na tabela 1, que foi considerada uma produtividade média para 2016/2017 igual a da temporada 2015/2016. Ou seja, qualquer variação neste parâmetro interferirá nos resultados. 

No caso da soja, o lucro médio também deverá ser menor em 2016/2017, na comparação com a 2015/2016. Entretanto, a variação negativa estimada é maior que a esperada para o milho, da ordem de 20,6%.

Além disso, os cenários futuros indicam maior pressão de baixa sobre o mercado da soja, comparativamente com o cenário para o mercado interno do milho, que deverá perder em parte a sustentação, mas a queda nos preços continuará limitada em função dos estoques reduzidos no país.

Considerações finais 

As estimativas foram feitas com base em parâmetros médios levantados pela Scot Consultoria, ou seja, os resultados podem variar caso a caso, mas de maneira geral, o lucro médio esperado para o milho se aproximou da soja na safra 2016/2017.

A questão, porém, é de que o horizonte para os preços do milho é de firmeza, em função da situação da disponibilidade interna pequena.

Uma recomposição de estoque no país, estimado ao final de 2015/2016 em 5,80 milhões de toneladas, dependerá de uma safra de verão cheia e aumento da produção também na segunda safra ou safra de inverno.

As estimativas iniciais da Scot Consultoria apontam para um incremento entre 10,0% e 15,0% na área plantada de milho de verão, em relação à 2015/2016.


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