O Índice de Custo de Produção da Scot Consultoria, que apura como tem se comportado o mercado de insumos, trava uma “briga” cabeça a cabeça com os preços da arroba do boi gordo para ver quem lidera as variações este ano.
Veja a figura 1. Fixamos a base 100 - que é o tipo de gráfico que nos mostra como tem variado cada uma das grandezas analisadas - em dezembro de 2015, para não perder o efeito de alta de janeiro de 2016, quando os custos cresceram de forma significativa. Naquele mês havia muita empresa de insumos ainda repassando a repentina valorização do dólar de 2015 aos seus produtos.
Em 2016, até agosto, enquanto a remuneração do pecuarista crescera 4,5%, os itens de custos de produção aumentaram 6,5%. Porém, se essa análise tivesse sido escrita em julho, narraríamos que a arroba subira 7,0% contra 5,4% de alta para os insumos.
É muita mudança repentina de conjuntura.
O mercado do milho se acomodou e os preços saíram de R$52,00/saca na primeira metade de junho para R$40,00 no final do mês e, quinze dias depois foi aos R$47,00/saca. Em oito dias, entre o final de junho e começo de julho, o dólar saiu de R$3,32 bateu os R$3,20 e voltou aos R$3,32, puxando com ele o preço dos adubos e defensivos. O diesel e o etanol também sobem “sem avisar”. Enfim, são muitos os fatores que rapidamente alteram o rumo dos preços dos insumos e trocam de lado a liderança da disputa entre boi e custos.
O mercado do boi, pelo menos, é mais previsível e as mudanças são “anunciadas previamente”, as tendências são mais evidentes.
Veja na tabela 1, em vermelho, a variável que liderou a alta acumulada em 2016, a cada mês.
Esse comportamento “disputado”, mostrando que o boi não tem deixado a variação dos custos disparar à sua frente, não quer dizer que temos sinal verde para manter o boi na fazenda esperando a cotação da arroba subir um pouco, sem se preocupar.
Por exemplo. Se o preço do insumo sobe ou desce, por um processo cumulativo, a cada nova despesa com insumos agrega-se custo na fazenda. Pode ser um pouco mais ou um pouco menos, mas sempre o custo aumentará.
Portanto, é por isso que o retorno do investimento na pecuária, por definição, é uma variável que depende também do tempo em que você demora para deixar o boi acabado. E, aumentando o custo, o preço de venda precisa subir, muitas vezes significativamente, para compensar financeiramente esse alongamento de ciclo. E, o produtor não determina o preço do seu produto.
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