Os preços do milho firmaram-se em dezembro.
Na região de Campinas-SP a saca de 60 quilos está cotada em R$37,00, para a entrega imediata, sem o frete, frente a negócios em R$35,00 no final de novembro e começo de dezembro. Veja a figura 1.
Até a colheita da primeira safra, a expectativa é de preços firmes. Além dos estoques reduzidos, espera-se uma retomada da demanda nos primeiros meses de 2017. Com relação aos vendedores, por ora existe resistência à preços mais baixos.
A expectativa é de mercado firme em curto prazo, e não estão descartadas altas. Porém, a o baixo volume de negócios, a exportação devagar, e a expectativa de aumento da produção são fatores limitantes para esses aumentos.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou em dezembro/16 o terceiro levantamento da safra brasileira de grãos 2016/2017. A área com milho de verão foi estimada em 5,55 milhões de hectares, aumento de 3,0% frente aos 5,38 milhões de hectares semeados na safra passada.
Além do aumento da área, a produtividade média deverá ser 4,2% maior, com clima favorável. A produção esperada é de 27,74 milhões de toneladas na primeira safra, 7,3% mais que as 25,85 milhões de toneladas colhidas anteriormente.
Para a segunda safra, a Conab manteve a estimativa de 10,53 milhões de hectares semeados. A produtividade média está estimada em 88,72 sacas por hectare, frente as 64,42 sacas colhidas em média, em 2015/2016.
A produção prevista é de 56,07 milhões de toneladas na segunda safra, 15,36 milhões a mais que o colhido na safra anterior.
No total (primeira e segunda safras), a produção está estimada em 83,82 milhões de toneladas, 25,9% mais que as 66,57 milhões colhidas em 2015/2016.
Diante de uma safra cheia (primeira e segunda safras), os preços poderão cair em meados do primeiro semestre, com a pressão de baixa ganhando força no final do primeiro semestre.
No mercado futuro os contratos de milho com vencimentos em janeiro/17 e março/17 estiveram firmes nas últimas semanas, com altas de preços refletindo as questões de resistência do lado vendedor (pontual) e da pequena disponibilidade interna até a colheita da safra de verão.
Já os contratos com vencimentos em maio/17 e setembro/17 estão mais frouxos, cotados respectivamente, em R$36,66 e R$33,50 por saca.
Considerações finais
Apesar da expectativa de produção maior, pontualmente alguns fatores podem mexer com o mercado brasileiro, dando sustentação às cotações.
Dentre eles destacamos o dólar, firme em relação ao real, que pode interferir na exportação no primeiro trimestre de 2017, com a colheita da primeira safra e aumento da disponibilidade.
Outro ponto de incerteza é com relação à demanda interna, principalmente pelos setores de aves e suínos.
A Conab estima um consumo doméstico de 56,50 milhões de toneladas frente as 51,30 milhões de toneladas demandadas em 2015/2016.
A exportação está estimada em 24 milhões de toneladas, frente as 18 milhões de toneladas embarcadas na safra anterior.
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