A expectativa de uma safra recorde no Brasil tem pressionado negativamente as cotações da soja.
No relatório de janeiro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a produção nacional em 103,78 milhões de toneladas em 2016/2017, frente as 95,43 milhões de toneladas colhidas em 2015/2016. O volume previsto para esta safra é recorde.
Além do aumento de 1,6% na área semeada nesta temporada, em relação à passada, a expectativa é de uma produtividade 7,0% maior. O clima favorável deverá garantir melhores rendimentos.
A queda da cotação do dólar, pesou negativamente na cotação.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, a saca de 60 quilos está cotada em R$78,00 em Paranaguá-PR, para a entrega imediata, sem o frete. Desde o pico de preço, em julho de 2016, as cotações caíram 18,5%. A cotação da saca está 6,6% menor que no mesmo do ano passado.
A maior oferta nos Estados Unidos em 2016/2017 também colaborou com esta pressão de baixa nos mercados brasileiro e internacional ao longo de 2016. Veja a figura 1.
Figura 1.
Preços da soja grão em Paranaguá, em R$ por saca de 60 quilos, sem o frete.
Fonte: Scot Consultoria
Expectativas
A colheita começou.
A expectativa de uma oferta maior e o avanço da colheita são fatores baixistas no mercado interno em curto e médio prazos.
A sugestão é, se possível, negociar a partir do final do primeiro semestre, período de entressafra no Brasil e Estados Unidos, principais produtores mundiais. Historicamente os preços são maiores neste período.
Para o comprador, os próximos meses podem ser de oportunidades, não só para o grão, mas para o farelo também.
As cotações do farelo têm acompanhado os recuos do grão. Segundo levantamento da Scot Consultoria, os preços caíram 18,0% desde junho de 2016, no embalo da soja grão.
A tonelada está cotada, em média, em R$1.2.17,07, sem o frete em São Paulo, 8,1% menor que em janeiro de 2016. Veja a figura 2.
Figura 2.
Preços médios do farelo de soja em São Paulo, em R$ por tonelada, sem o frete.
Fonte: Scot Consultoria
Por fim, é preciso estar atento às questões climáticas na América do Sul, ao câmbio e à demanda mundial, fatores que poderiam, pontualmente, dar sustentação às cotações da soja.
Com relação ao clima, a preocupação maior é na Argentina, em função do excesso de chuvas e alagamentos em importantes regiões produtoras.
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