O mercado indica que será mais fácil para o pecuarista que pretende usar milho na suplementação. E fácil como poucas vezes vimos. Neste ano em que é necessário intensificar a produção para encurtar o ciclo, acelerar a terminação do estoque “caro” da fazenda (tratamos desse assunto em link), nada melhor do que ter facilidade para comprar um dos insumos mais importantes da pecuária intensiva.
Veja na figura 1 que em média, a relação de troca entre arroba de boi e a saca de milho no primeiro trimestre foi uma das melhores, considerando os números desde 2001, quando começou a coleção de preços do grão na Scot Consultoria.
Note que, historicamente, somente três anos a situação esteve melhor do que a atual para o pecuarista.
A safra de milho deverá crescer 33,7%, segundo o relatório de março da Comissão Nacional de Abastecimento (Conab). Os reflexos do aumento de produção já são sentidos no mercado. A saca que era vendida por R$47,00 em março de 2016 agora é negociada por R$35,00. Um alívio ao pecuarista, que viu sua remuneração cair 5,0% este ano.
Veja na figura 2 que desde maio de 2016 tem aumentado a quantidade de milho possível de ser adquirida com o que se recebe por uma arroba de boi gordo.
E ao que tudo indica, quando a seca chegar, o pecuarista continuará sem grande dificuldade para suplementar o rebanho.
A partir da observação das cotações do milho e da arroba do boi gordo negociados na BM&F Bovespa no contrato de maio, mês em que sazonalmente se tem o pior patamar para o boi gordo do ano e com a entressafra, pode-se fazer essa projeção.
O resultado da interação entre estes dois mercados está representado na figura 3. A relação de troca resultante dessa projeção fica entre as quatro melhores registradas em nossa série histórica para maio. E o resultado de 2017, 4,64 sacas/arroba, está próximo dos anos melhores para os compradores.
Por fim, o sufoco de 2016 para a compra do milho, aparentemente, acabou. Resta agora aproveitar o mercado, intensificar a produção.
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