Em março, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números referentes à captação formal de leite no último trimestre de 2016.
A pesquisa informa o volume captado pelos estabelecimentos com inspeção municipal, estadual e/ou federal.
No último trimestre do ano passado, o volume de leite adquirido pelos laticínios foi de 6,24 bilhões de litros. Na comparação com igual trimestre de 2015 houve uma queda de 0,8% no volume captado.
No acumulado de 2016, a captação de leite totalizou 23,17 bilhões de litros, uma queda de 3,7% em relação ao ano anterior. Veja a figura 1.
Figura 1.
Foi o segundo ano consecutivo de queda na produção nacional. Lembrando que em 2015 o volume captado havia caído 2,8% frente a 2014 (IBGE).
Produção por estado
Entre os estados produtores, Minas Gerais é o líder, detendo a maior produção, cujo volume foi de 6,11 bilhões de litros (produção inspecionada), seguido pelo Rio Grande do Sul com 3,25 bilhões de litros, Paraná com 2,74 bilhões de litros, São Paulo com 2,56 bilhões de litros, Santa Catarina com 2,44 bilhões de litros e Goiás com 2,31 bilhões de litros.
Somente Santa Catarina aumentou a produção na comparação anual (+3,8%). Nos restantes, caiu.
Mercado
A menor oferta de leite deu sustentação aos preços ao produtor desde o início de 2017.
Em fevereiro, segundo levantamento da Scot Consultoria, a média nacional ficou em R$1,135 por litro, sem o frete. Houve alta de 2,2% frente ao pagamento anterior e o valor vigente está 12,6% acima da média do mesmo período do ano passado.
Considerações finais
O cenário para o produtor está favorável neste início de 2017, visto o aumento nos preços do leite e à queda dos custos de produção, aumentando a margem da atividade.
Espera-se um cenário melhor para o produtor, mas ainda sem grandes investimentos na atividade. É hora de colocar a casa em ordem depois de dois anos de margem apertada.
Em curto e médio prazos, a expectativa é de alta no mercado spot e também para o produtor, com a entressafra no Brasil Central e região Sudeste.
No entanto, as importações em alta e a demanda interna patinando podem limitar os aumentos.
Do lado da oferta de leite, a expectativa para março, segundo os dados parciais, é de queda de 1,2% no volume produzido, com peso dos estados da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O Índice Scot Consultoria de Captação indica uma produção 1,0% menor, na comparação com março do ano passado.
Para 2017, porém, a expectativa é de mercado um pouco mais ofertado que em 2015 e 2016, contudo, sem excesso de produção no mercado brasileiro.
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