A Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente aos primeiros três meses deste ano, foi publicada no dia 14 de junho.
No levantamento são considerados os volumes de leite adquiridos pelos laticínios com inspeção municipal, estadual e/ou federal.
No primeiro trimestre foram 5,87 bilhões de litros adquiridos, um aumento de 0,1% em relação à captação de igual período do ano passado.
Na comparação mês a mês com 2016, foi observado aumento nos meses de janeiro e março de 2017 (figura1), resultado da redução nos custos de produção este ano e também das chuvas tardias que melhoraram as condições das pastagens e deram melhor suporte aos animais.
Com a produção em recuperação, o movimento de alta de preços do leite pago aos produtores está mais fraco, comparado ao primeiro semestre de 2016.
A alta acumulada de janeiro a maio de 2017 foi de 6,6%, frente a um reajuste de 9,8% no mesmo período do ano passado. Além da oferta de leite (matéria-prima) estar melhor este ano, a demanda fraca na ponta final da cadeia tem limitado as altas para o produtor nesta entressafra.
Considerações finais
Segundo o Índice Scot Consultoria para a Captação de Leite, em abril, nacionalmente, o volume médio captado caiu 1,1% frente a março, contra uma queda de 2,7% em relação a igual período de 2016.
Para maio, os dados parciais apontam para uma queda de 0,3% na produção brasileira, na comparação mensal, considerando a retomada da produção no Sul e Nordeste do país.
Em relação a maio do ano passado, a produção nacional aumentou 2%. Ou seja, o volume de leite captado deverá crescer também no segundo trimestre de 2017.
No acumulado de janeiro a maio a captação cresceu 0,1%, frente ao mesmo período de 2016, segundo o Índice da Captação de Leite da Scot Consultoria.
Com relação aos preços aos produtores na região Sudeste e Brasil Central, a expectativa é que o movimento de alta permaneça no pagamento de julho, porém, o ritmo de alta daqui para frente deverá ser menor, com a retomada da produção de leite no Sul do país e a demanda por derivados patinando na ponta final da cadeia.
Para o pagamento a ser realizado em junho (produção de maio), 20% dos laticínios pesquisados acreditam em alta de preço ao produtor, 63% falam em manutenção e os 17% restantes acreditam em queda nos preços.
Os laticínios que falam em queda estão localizados no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
No Sul do país, apesar dos atrasos e prejuízos na implantação das pastagens de inverno, que afetaram a produção de leite, o volume captado aumentou em maio e deverá seguir crescendo nos próximos meses atingindo o pico em agosto. Desta forma, a expectativa é de queda nos preços do leite ao produtor já no pagamento de junho nos três estados da região.
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