As chuvas não vieram em outubro. O Centro-Norte do país está seco. Esse acontecimento climático, fora do normal, impede as operações de campo. É nesta época do ano que os fazendeiros reformam as pastagens.
E, sabe-se que o que mais se tem, é pasto para ser reformado.
Diante disso, a Scot Consultoria realizou uma pesquisa com 200 pecuaristas, escolhidos aleatoriamente em sua base de dados, para perguntar, entre outras coisas, como “lidam” com as pastagens.
Escolhemos dois, dentre os quesitos pesquisados, para esta publicação.
O primeiro. Somente um terço dos entrevistados adubam as pastagens e o que mais usual é a adoção de corretivos. Coincidência ou não, calcário é o item “mais barato” dentro os insumos utilizados na formação de pasto. E não perguntamos qual a quantidade de corretivos utilizado, ou seja, pode ser que haja subdosagem, barateando mais ainda seu uso. Veja a figura 1.
E, quais os custos de produção destes pecuaristas no que diz respeito a pastagem? Então perguntamos quais os insumos e operações mecanizadas utilizam nesta reforma. A partir disso, foi calculado, utilizando valores médios, o custo de cada um destes entrevistados.
O resultado é que o menor custo obtido foi de R$220,00/ha, quando se usa somente grade no pré-plantio e a semeadura a lanço. O maior foi R$2,6 mil/ha, quando todas as operações (aração, gradagem leve e pesada, aplicação de corretivo, herbicida de pré-plantio, uso de sementes de qualidade na quantidade adequada, incorporação, adubação de base e de cobertura e herbicida pós-emergente), são feitas.
Veja na figura 2 os resultados encontrados.
Na figura 2 a média obtida para estes pontos foi de aproximadamente R$1,1 mil/ha, próximo dos R$1,5 mil/ha que a Scot Consultoria estima que custe uma reforma média no Brasil Central.
É claro que uma grande variação de custos era esperada, já que cada propriedade possui uma realidade. Há quem precise corrigir potássio, outros a correção é do fósforo. Existem áreas mais “sujas”, que requerem uso do arado além da gradagem. Existem sementes que custam R$20,00/kg e outras que são vendidas por mais de R$30,00. Enfim, são muitas as variáveis.
Mas, o que chamou a atenção foi a ocorrência de custos baixos, menores que R$500,00/ha. As observações dos técnicos de campo associados da Scot Consultoria indicam que um pasto formado neste custo geralmente possui vida útil menor que cinco anos e suportam lotação menor que 1 UA/ha.
Este resultado, certamente, é uma das causas dos problemas de caixa das fazendas. Os prejuízos sempre estão associados à baixa produtividade. Além disso, um pasto que custa R$500,00/ha e dure cinco anos, tem uma depreciação anual de R$100,00 e requer novo investimento no sexto ano. Uma formação de R$1,5 mil, que leve o pasto para vinte anos, leva a depreciação para R$75,00/ano.
Por fim, pesquisas como essas ajudam a demonstrar, na prática, onde estão as limitações dos sistemas produtivos da pecuária de corte.
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