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Scot Consultoria

Carta Leite - Sazonalidade dos preços do leite


Terça-feira, 29 de maio de 2018 - 09h45


Analisando o comportamento histórico de preços do leite longa vida no atacado e do leite pago ao produtor fica evidente a sazonalidade das cotações.

Em síntese, os preços variam ao longo do ano em função da safra e entressafra da matéria-prima (leite cru) e que, consequentemente, determinam a disponibilidade de lácteos na indústria e nos supermercados.

No Brasil Central e região Sudeste de maneira geral, as chuvas têm início em setembro-outubro e se estendem até março-abril. Neste período, a disponibilidade e a qualidade das pastagens são melhores e a produção de leite tende a ser maior (pico em dezembro ou janeiro).

Exceção ocorre nas regiões onde o inverno é chuvoso (Nordeste) ou há peculiaridades produtivas, como no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em função das pastagens de inverno nos meses que antecedem a semeadura da safra de grãos e que contribuem com o aumento da produção de leite. Este é considerado o período de safra nestes estados.

Já a entressafra começa a partir de março-abril e vai até agosto no Brasil Central.

Ou seja, conforme a oferta aumenta os preços tendem a cair e o contrário também é verdadeiro.

Figura 1.
Comportamento dos preços do leite longa vida em São Paulo e do leite pago ao produtor (média Brasil), na média dos últimos dez anos, no decorrer dos meses. Janeiro=base 100.
Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br

Junho é o mês com os maiores preços para o leite longa vida (UHT), segundo a média histórica dos últimos dez anos. Para o produtor, agosto é o mês de maior cotação (pico histórico).

No entanto, este fato pode não se repetir todos os anos, devido às variáveis produtivas (efeitos climáticos) e de mercado (oferta x demanda).

Nos últimos dez anos, em média, o preço do leite ao produtor (média nacional) subiu 12,7% entre janeiro e agosto. Em 2016, ano de forte alta nas cotações, a valorização foi de 27,5%.

Para 2018, é preciso considerar que o ano deverá ser o segundo de aumento da produção nacional somado a um cenário de demanda patinando, com um ritmo de recuperação mais lento que o esperado.

Ou seja, as amplitudes da variação de preços na entressafra deverão ficar próximas da média do período analisado de dez anos.

Lembrando que de janeiro a abril o preço médio brasileiro do leite ao produtor subiu 6,8%, chegando a altas acima de 10% na região Sul do país.


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