Nos Estados Unidos, a área com soja superou a de milho na safra 2018/2019.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) foram semeados 36,24 milhões de hectares com a oleaginosa, e com o milho 36,07 milhões de hectares nesta temporada. As lavouras estão foram semeadas e em fase de desenvolvimento.
Apesar da maior participação da soja no plantio total, tanto a área com soja como a com milho deverão ser menores que no ciclo passado. Os recuos estimados são de 0,7% e 1,2%, respectivamente.
Com relação à produção, no relatório de julho o USDA estimou 117,30 milhões de toneladas de soja em 2018/2019, frente as 116,48 milhões de toneladas estimadas anteriormente. Com o clima favorável, houve revisão para cima da produção.
De qualquer forma o volume está menor que o recorde colhido em 2017/2018, cuja produção foi de 119,52 milhões de toneladas.
Para o Brasil, o USDA estima uma produção recorde de 120,50 milhões de toneladas em 2018/2019, que será semeada a partir de setembro.
O volume é maior que as 118 milhões estimadas anteriormente (relatório de junho) e acima das 119,52 milhões de toneladas colhidas em 2017/2018, recorde até então.
O aumento no preço da soja no primeiro semestre e o nível de preços vigentes deverá estimular o crescimento em área este ano.
Lembrando que em 2017/2018 a área com soja crescera 3,7%, frente a safra anterior. A média das últimas cinco temporadas é de um incremento médio de 6,3% ao ano.
Este incremento menor na safra que está terminando foi em função dos preços mais baixos do grão na temporada que a antecedeu.
Já na média de janeiro a julho deste ano, os preços subiram 13,6% em relação à média do mesmo período do ano passado.
A quebra de produção na Argentina, o dólar valorizado em relação ao real e a maior demanda, principalmente da China, devido a guerra comercial do país asiático com os Estados Unidos, foram os fatores de alta das cotações no mercado brasileiro em 2018. Veja a figura 1.
Figura 1.
Preços da soja grão em Paranaguá-PR, em R$ por saca de 60 quilos.Fonte: Scot Consultoria
Na Argentina, a previsão também é de aumento na produção em 2018/2019, depois da quebra registrada em 2017/2018 em função da seca que assolou o país.
O USDA estima que os argentinos colherão 57 milhões de toneladas na safra que vem, frente as 37 milhões de toneladas colhidas em 2017/2018, cuja estimativa inicial chegara a mais de 55 milhões de toneladas.
Considerações finais
A maior produção no Brasil e na Argentina deverá cobrir em parte a menor oferta norte-americana na temporada 2018/2019.
Dessa forma, a expectativa é de estoques mundiais ligeiramente maiores, da ordem de 98,27 milhões de toneladas em 2019, frente as 96,02 milhões de toneladas em estoques ao final de 2017/2018 e 96,67 milhões de toneladas ao final de 2016/2017.
Com relação aos preços da soja, apesar da previsão de maior produção nacional, a expectativa é de que a demanda continue firme, principalmente em função da guerra comercial entre Estados Unidos e China, que deverá refletir em uma procura maior pelo produto brasileiro para exportação.
O câmbio é outro fator que deverá dar sustentação às cotações no mercado brasileiro.
Já os Estados Unidos poderão ter mais dificuldade para escoar a sua produção, o que poderia deixar as cotações no mercado norte-americano mais frouxas.
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