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Scot Consultoria

Carta Leite - Produção de leite em queda no Sudeste/Centro-Oeste, e aumentando na região Sul


Sexta-feira, 24 de agosto de 2018 - 11h00


A dinâmica de produção de leite (safra e entressafra) varia entre as regiões Sudeste/Centro-Oeste; Sul e Nordeste, em função das diferenças nas condições climáticas.

No Sudeste/Centro-Oeste, o pico de produção ocorre entre dezembro e janeiro. De lá até julho/agosto a produção é decrescente (entressafra), voltando a crescer a partir daí com a retomada das chuvas (safra).

Na região Sul, devido as pastagens de inverno, a produção aumenta a partir de abril/maio atingindo o pico em agosto/setembro.

Já no Nordeste, a produção tem um ligeiro incremento no final do ano, com as chuvas de verão, mas a safra é durante o inverno, período chuvoso nesta região.

Na figura 1, apresentamos as curvas de produção de leite por região, segundo a média dos últimos cinco anos apurados pelo Índice Scot Consultoria de Captação de Leite.

Figura 1.
Dinâmica de produção de leite no país: Índice Scot Consultoria de Captação, média de 2013 a 2017.
Fonte: Scot Consultoria

Em 2018

Em julho a produção caiu em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, mas nos estados do Sul o volume de leite captado aumentou, ainda que em um ritmo menor que no ano passado.

Com isso, o Índice de Captação (média nacional) caiu 1,3% em julho. Os recuos nas produções no Brasil Central e região Sudeste foram maiores que os incrementos verificados no Sul do país.

Além da greve dos motoristas de caminhões, a falta de chuva e o aumento dos custos de produção interferiram na produção.

Para comparar, no mesmo período do ano passado, a produção na região Sul crescera 4,5%. Neste ano o aumento está em 2,3%. Veja a figura 2.

Figura 2.
Índice Scot Consultoria de Captação de Leite: variações em julho/18, frente a junho/18.
Fonte: Scot Consultoria

Impactos no mercado

Com o aumento na produção na região Sul, o movimento de alta dos preços pagos ao produtor (leite cru) deverá perder força em curto e médio prazos.

Para agosto (referente a produção entregue em julho), o viés do mercado ainda é de alta no Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, porém, aumentou a quantidade de laticínios cuja expectativa é de manutenção em relação aos levantamentos anteriores.

No Sul, a tendência é diferente, com o mercado acreditando em queda, devido à maior produção.

Para o pagamento a ser realizado em setembro (produção de agosto), o viés de baixa ganha força nos estados do Sul.

Já nos estados do Sudeste, Centro-Oeste e Norte, a maior parte dos laticínios estima manutenção dos preços ao produtor, mas ajustes positivos não estão descartados.

Considerações sobre o clima

Para o próximo trimestre (setembro, outubro e novembro), a previsão é de que nos estados da região Sul o volume das chuvas fique acima da média, o que deverá favorecer as pastagens e a produção de leite.

Já nas regiões Nordeste e Centro-Oeste e Sudeste, incluindo importantes bacias leiteiras, como o Norte de São Paulo, Sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás, o volume de chuvas deverá ficar abaixo da normal climatológica, com déficit de 50 a 200 milímetros, dependendo da região.

Figura 3.
Previsão probabilística de anomalias de precipitações para o trimestre setembro, outubro e novembro de 2018, em milímetros.

Fonte: INMET


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