Dados
O Brasil é o maior exportador de soja do mundo e nesta safra também poderá conquistar o posto de maior produtor.
Na safra 2019/2020, deverão ser colhidas cerca de 125 milhões de toneladas da oleaginosa (USDA), superando a colheita de seu maior concorrente, os Estados Unidos, cuja produção está estimada em 96,8 milhões de toneladas. Veja na figura 1.
Figura 1.
Maiores produtores mundiais de soja safra 2019/2020, em milhões de toneladas.
Fonte: USDA / Compilado pela Scot Consultoria.
Brasil
A safra 2019/20 deverá ocupar uma área 2,6% maior que a safra 2018/2019 (Conab).
A produção, estimada em 125 milhões de toneladas, aumentou 6,84% em relação à safra passada, se confirmada será recorde.
Este cenário se deu mesmo diante dos problemas climáticos e com a semeadura ocorrendo de maneira desuniforme, em virtude do atraso das chuvas.
O aumento da produção deverá ser puxada por Mato Grosso, maior produtor nacional, com um incremento de 2,2% de área plantada (IBGE).
O estado, cuja estimativa de produção é de 33 milhões de toneladas, deverá responder por 26,9% da produção brasileira.
No Paraná, segundo maior produtor, a expectativa é de 22,5% de aumento da produção, estimada em 19,8 milhões de toneladas.
A estimativa de produção no Rio Grande do Sul, terceiro produtor nacional, é de 19,3 milhões de toneladas (IBGE).
Farelo de soja
Em 2019 o Brasil produziu 32,4 mil toneladas de farelo e exportou 15,8 mil toneladas, a estimativa para 2020 é de incremento de 3,4% na produção (Abiove).
Os principais destinos do farelo nos últimos cinco anos foram: União Europeia, Ásia (com exceção da China) e Oriente médio.
Tomando como referência São Paulo, segundo levantamento da Scot Consultoria, a cotação do farelo subiu 3,7% comparado a igual período do ano passado.
Em janeiro de 2019 a cotação média era de R$1.308,10 por tonelada, sem o frete, e atualmente é de R$1.356,76 por tonelada no estado (figura 2).
Figura 2.
Preços médios do farelo de soja em São Paulo, em R$/tonelada, sem o frete.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Relação de troca
O dólar em alta e a demanda firme são os principais vetores de sustentação dos preços neste início de ano no Centro-Sul do país.
Devido à alta do preço do alimento concentrado e da queda da cotação do boi gordo em janeiro, a relação de troca piorou neste início de ano (figura 3).
Figura 3.
Relação de troca: arrobas de boi gordo por tonelada de farelo de soja em São Paulo.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Em dezembro de 2019 eram necessárias 6,39 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada do farelo, atualmente é preciso 6,92 arrobas, queda de 8,4% no poder de compra do pecuarista em relação ao farelo de soja.
No entanto, a troca está 19,7% melhor em relação a janeiro de 2019.
Vale destacar que farelo de soja é o balizador de preços de alimentos concentrados proteicos, tendo o DDG e WDG como fontes alternativas, veja mais sobre esse mercado.
Expectativas e oportunidades
Em função do avanço da colheita no Brasil, a maior oferta pode pressionar os preços, tornando a compra mais atraente, porém a valorização do dólar pode contrapor essa pressão.
Com relação ao mercado externo, com a celebração da primeira fase do acordo comercial entre a China (maior importador do Brasil) e os Estados Unidos, pondo fim a uma guerra comercial que já durava 18 meses, a expectativa é de que os chineses aumentem as compras de soja norte-americana, de forma gradativa, já que a assinatura da primeira fase do acordo não prevê o fim das taxas de importações.
No mercado interno, a crescente produção de soja pode trazer um cenário positivo na produção de farelo para a alimentação animal.
Confina Brasil divulga benchmarking, análise comparativa da pecuária intensiva brasileira
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