Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 20 de setembro, os norte-americanos haviam colhido 8% da área semeada com milho na safra atual (2020/21).
A expectativa é de que a colheita prossiga em bom ritmo nas próximas semanas, pois o tempo seco está colaborando. A produção está estimada em 378,47 milhões de toneladas. Na safra passada a produção foi de 345,89 milhões de toneladas (2019/20).
Esse aumento na produção (safra), somado à situação complicada do setor de etanol nos Estados Unidos, tendem a pressionar as cotações para baixo no mercado norte-americano em curto prazo.
Os norte-americanos utilizam 38,0% da produção para produzir etanol.
A queda no consumo de etanol é devido à restrição da circulação de pessoas em função da pandemia e da concorrência exercida por outros combustíveis, devido à queda no preço do petróleo em fevereiro e março.
No mercado disponível, a referência para o milho norte-americano está entre US$3,70 e US$3,90 por bushel, dependendo da região, o equivalente a US$145,37 e US$153,54 por tonelada, respectivamente.
Já o contrato futuro de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) com vencimento próximo, de dezembro/20, está em US$3,65 por bushel (25/9), o equivalente a US$143,86 por tonelada.
Observe na figura 1, que depois de atingir o menor preço, a cotação do contrato de dezembro/20 subiu a partir de meados de agosto, em função das tempestades que atingiram importantes regiões produtoras nos Estados Unidos, e que levaram à revisão para baixo da produção no último relatório do USDA, divulgado em setembro. O volume previsto anteriormente era de 388,08 milhões de toneladas.
No entanto, recentemente, com a colheita, os preços futuros cederam e, apesar da recuperação em relação ao primeiro semestre, estão em patamares menores, frente a temporada passada, cuja cotação foi de US$4,05-US$4,10 por bushel.
Figura 1. Preços do milho na Bolsa de Chicago (CBOT), contrato de dezembro/2020, em US$ por bushel*.
* 1 bushel de milho = 25,401kg
Fonte: CBOT
Para comparação, no Brasil, o preço médio do milho exportado em setembro/20 (até a terceira semana) foi de US$168,18 por tonelada (Secex), preço 16,9% maior que o grão norte-americano.
Isto quer dizer que o Brasil deverá enfrentar uma concorrência maior com os Estados Unidos nas exportações nos próximos meses, pois conforme avança a colheita aumenta a pressão de baixa sobre as cotações do milho norte-americano.
Essa concorrência maior pode, pontualmente, tirar a sustentação dos preços no mercado brasileiro, em função da maior oferta no mercado interno.
Diante disso, o câmbio terá papel fundamental no desempenho das exportações brasileiras e, consequentemente, na precificação no mercado interno em curto e médio prazos.
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