A pastagem é a principal e a mais barata fonte de alimento para o bovino. A oferta de forragem deve ser em quantidade e qualidade ideais para o bom desempenho animal.
Com a retomada do período chuvoso no Brasil Central e região Sudeste em outubro/novembro, começa a temporada de reforma das pastagens, portanto, além das questões climáticas, vale a pena o pecuarista dar atenção aos custos desta operação.
O fato é que os custos variam de acordo com o tipo de reforma. Há situações onde o solo precisa de correção mais intensa que outros. Outras vezes, a área precisa de um controle de plantas daninhas mais rigoroso. O nível tecnológico aplicado na reforma é outra variável de peso.
Para uma comparação, classificamos a reforma de pastagem em três níveis: reforma mínima, usual e com alta tecnologia.
Nos custos apresentados na figura 1, foram consideradas as operações de aração, gradagem, aplicação de corretivos, herbicidas pré-plantio, sementes, incorporação e adubação, sendo que as etapas variam de acordo com o nível da reforma.
Os custos médios estimados para os três níveis de reforma estão na figura 1.
Figura 1. Custos de reforma de pastagens, em três níveis tecnológicos, em R$ por hectare.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
Na reforma mínima, os custos levam em conta apenas as operações de gradagem e plantio. Em relação aos insumos, o único custo considerado foi o das sementes. Portanto, como na figura 2, podemos observar que a maior participação nos custos é o das operações mecanizadas. A estimativa é de R$659,36/ha.
Para a reforma usual, além das operações comuns à reforma mínima, outros custos como análise de solo, aplicação de corretivos, adubação de plantio e compactação foram considerados.
Com relação aos insumos, além das sementes, foram considerados o uso de calcário e adubação de plantio, elevando a participação dos insumos para 62,1%, em relação ao total, cuja estimativa é de R$1.363,22/ha.
Os custos para reforma de alta tecnologia, além dos custos já citados, incluem aração, adubação de cobertura e aplicação de defensivos.
Em relação aos insumos, foram acrescentados defensivos pré-semeadura, gesso agrícola, fertilizantes e micronutrientes.
Nessa modalidade, o uso intensivo de insumos resulta em 67,6% de participação nos R$2.360,19/ha gastos.
Com base nessas estimativas, o dispêndio da reforma com alta tecnologia é 258% maior que o de mais baixa tecnologia, aqui chamada de mínima, principalmente pelo uso intenso de insumos.
Em contrapartida, segundo especialistas consultados pela Scot Consultoria, a vida útil de uma reforma de alta tecnologia pode ser até 2,5 vezes maior do que na reforma mínima, além de apresentar uma capacidade média de suporte superior, em torno de 2,3UA/ha/ano, frente as 1,3UA/ha/ano na usual e 0,3UA/ha/ano na mínima.
Figura 2. Participação das operações e insumos no total gasto nos três níveis de reforma de pastagens.
Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br
De maneira geral, o perfil de investimentos na pecuária ainda é de baixa/média tecnologia. Boa parte das pastagens brasileiras não recebe reposição de nutrientes via adubação. Isso reflete em menor vida útil e menor produtividade das pastagens no país.
Pastagens bem manejadas, com reposição de nutrientes, não possuem limitação na vida útil, e apresentam maior desempenho produtivo. De acordo com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (LAPIG) da Universidade Federal de Goiás (2018), o Brasil detém aproximadamente 180,89 milhões de hectares de pastagens. Desse total, cerca de 94,85 milhões de hectares apresentam algum indício de degradação, portanto necessitam de reforma ou recuperação. Esse dado expõe o grande potencial produtivo nacional, que, sem a necessidade de abertura de novas áreas, pode aumentar significativamente a produtividade. O pecuarista que está optando pela reforma com mais tecnologia terá mais benefícios nos próximos anos, visto que o ciclo de preços pecuários tem altas e baixas e é bom estar preparado para o pior.
A Scot Consultoria está disponível para cálculos de custos de produção e viabilidade econômica para projetos agropecuários.
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