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O preço do leite pago ao produtor subiu nos últimos seis pagamentos (março a agosto). Tais aumentos se devem à queda de produção e, consequentemente, na captação. Subiram também em função da forte concorrência pela matéria-prima entre os laticínios.
Considerando a média nacional dos dezoito estados monitorados pela Scot Consultoria, na comparação feita mês a mês, o aumento foi de 18,2% no preço pago ao produtor pelo litro de leite entregue em julho e pago em agosto. No ano, o preço está 50,7% maior.
Além da melhora na remuneração no campo, os custos com a alimentação concentrada energética caíram 0,8% e 10,0%, no mês e no ano, de acordo com o Índice de Custo de Produção da Scot Consultoria.
Os custos com alimentação concentrada energética representam pouco mais de 20% do indicador, por isso, vamos analisar como está a relação de troca com o milho.
No ano, os preços médios do milho, referência Campinas-SP, caíram 17,7%. Em agosto, a média do preço da saca de 60kg foi R$84,52, em agosto de 2021 a média era de R$102,70.
O preço ponderado do leite pago ao produtor em agosto/22 foi de R$2,97. Em agosto/21, pagava-se R$1,97.
Assim, atualmente, tem-se a melhor relação de troca do último ano, sendo necessários 28,44 litros de leite para comprar uma saca de milho.
Há um ano, eram necessários 52,07 litros de leite para compra de uma saca de milho, 23,63 litros a menos atualmente. Veja a figura 1.
Figura 1.
Relação de troca: litros de leite por saca de milho (60kg).
Fonte: Scot Consultoria
Esta é a melhor relação de troca desde setembro/17, quando eram necessários 26,09 litros de leite para comprar uma saca de milho.
Em curto prazo, os preços do milho deverão estar frouxos, com o fim da colheita da segunda safra e, a partir de outubro/novembro, com a colheita da safra norte-americana, aumentando a oferta do grão.
Para o médio prazo, com os estoques brasileiros em níveis baixos, a menor produção esperada dos EUA na safra 2022/23 e aumento da demanda no mercado internacional, o preço do milho deve retomar a firmeza a partir de dezembro/22, e de olho no clima no mercado brasileiro durante a semeadura e desenvolvimento da primeira safra.
No mercado do leite, para o pagamento realizado em setembro, referente à captação em agosto, a expectativa é de queda nos preços, acompanhando os preços no mercado spot.
No último trimestre desse ano, também poderemos ver quedas, uma vez que a produção deverá aumentar, com o fim do período seco e retorno da capacidade de suporte das pastagens.
Vale destacar a importância do planejamento e de traçar estratégias para a compra de insumos no momento certo, amenizando os riscos.
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