Foto: Shutterstock
Com 99,8% da safra colhida até 24/9, a colheita de milho segunda safra praticamente terminou.
Diferente da safra 2020/21, o clima colaborou com a semeadura e desenvolvimento da segunda safra e a produção é recorde, estimada em 86,12 milhões de toneladas.
A produção total (1ª, 2ª e 3ª safra) está estimada em 113,27 milhões de toneladas, incremento de 30,1% em relação à safra anterior, cuja produção foi de 87,10 milhões de toneladas.
O preço, que está firme desde 2020, perdeu sustentação com o avanço da colheita. Acompanhe na figura 1.
Figura 1.
Preço do milho em grão no mercado físico na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos.
Fonte: Scot Consultoria
Mesmo com o fim da colheita e incremento na oferta, o preço retomou a firmeza entre agosto/setembro, puxado, principalmente, pelos problemas climáticos e redução das projeções de produção nos Estados Unidos, União Europeia e na China, por causa da guerra Russo-Ucraniana, dos estoques finais mundiais ajustados e pela exportação firme.
Com a boa produção na safra 2021/22, os estoques finais no país deverão ser maiores do que na safra anterior, porém ainda historicamente baixos (figura 2).
Figura 2.
Estoques finais de milho no Brasil, até a entrada da primeira safra (março-abril), em milhões de toneladas.
*estimativa em agosto/22
**estimativa em setembro/22
Fonte: Conab / Elaborado por Scot Consultoria
Por outro lado, o bom ritmo da exportação poderá reduzir a expectativa dos estoques finais no país. Acompanhe na figura 3 as exportações mensais de milho em 2022.
Figura 3.
Volume exportado de milho em grão, exceto semente, em milhões de toneladas.
Fonte: MDIC / Elaborado por Scot Consultoria
Em agosto de 2022, 7,49 milhões de toneladas foram embarcadas, aumento de 72,3% em relação a agosto de 2021, quando 4,33 milhões de toneladas foram exportadas. Em setembro/22, 6,78 milhões de toneladas foram embarcadas.
O desempenho da exportação de milho em grão está sendo positivo em 2022.
Outro fator que corrobora para este cenário é a abertura das importações por parte da China. Os trâmites burocráticos estão em fase final e a expectativa é de aumento gradual no volume de milho exportado para o mercado chinês nos próximos anos.
Daqui adiante, atenção, principalmente, ao clima e ao desenvolvimento das lavouras no Sul do país, uma vez que a expectativa é de mais uma temporada de La Niña pela frente.
O ritmo da semeadura da primeira safra 2022/23, em função das preocupações relacionadas ao risco climático, começou acelerado. Entretanto, o ritmo diminuiu. Até 1/10, 22,7% da área esperada fora semeada, contra 24,1% na safra passada (Conab).
No Rio Grande do Sul e Paraná, os trabalhos já atingiram, respectivamente, 62% e 58%, contra 57% e 62% há um ano.
As expectativas iniciais apontam para recuperação da produtividade e produção na safra de verão. Mas, atenção, mais uma vez, ao clima adiante.
Com os estoques finais no mundo e no país apertados e a quebra de produção em importantes produtores, os preços do milho deverão estar firmes até a entrada da primeira safra no país.
Pecuária feita por mulheres - Episódio 8 - Carolina Barretto
Receba nossos relatórios diários e gratuitos