Foto: Scot Consultoria
Nos últimos anos, houve um grande incremento no volume de leite captado pelos laticínios. De 1997 até 2021 (dados consolidados), o aumento foi de 135,1%, equivalente a 14,4 bilhões de litros.
Em 2022, a Scot Consultoria estima queda na produção, na comparação feita ano a ano, de 3,7%. É esperada uma captação de 24,2 bilhões de litros.
Figura 1.
Volume de leite cru captado, em bilhões de litros.
* Projeção
Fonte: IBGE / Elaborado por Scot Consultoria
Em 2021, a queda da captação ocorreu devido à menor produção, principalmente na região Sul, em função da forte estiagem.
Em 2022, o que tem pesado são os custos de produção. Os grupos de óleos e combustíveis, fertilizantes, defensivos e alimentação – concentrada e proteica – subiram nos últimos meses.
Tais aumentos desestimulam os produtores a investirem na produção e até mesmo a permanecerem na atividade.
Com a menor oferta, o preço pago ao produtor aumentou.
O maior preço nominal da série histórica foi em agosto/22. Desde então, o preço caiu 12,8%, ou R$0,38/l.
Figura 2.
Preço pago ao produtor (média ponderada Brasil), em R$/l, referente à captação do mês anterior.
Fonte: Scot Consultoria
A necessidade de matéria-prima estava alta no primeiro semestre, uma vez que a captação caíra cerca de 11 bilhões de litros. A queda foi de 8,8%, em relação ao primeiro semestre de 2021, equivalente a 1,1 bilhão de litros.
A fim de atender a necessidade, a saída foi aumentar a importação.
Figura 3.
Volume importado de produtos lácteos mês a mês, em mil toneladas.
Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria
No acumulado de 2022, importamos 132,49 mil toneladas, o volume está 3,8% menor que o volume de 2021 (137,77 mil toneladas). Assim, para ultrapassar a importação do ano passado, precisaremos importar mais 5,28 mil toneladas.
Em setembro último, a balança comercial teve o pior resultado da história para apenas um mês, totalizando US$99,99 milhões.
A captação de leite tende a melhorar nos próximos meses com a retomada das chuvas e aumento na produção no Brasil Central.
Assim, a importação possivelmente deverá fechar em volumes menores nos últimos dois meses do ano, mas deverá continuar elevada a fim de substituir a menor produção que tivemos ao longo deste ano.
Os pagamentos ao produtor pela matéria-prima entregue em novembro e dezembro devem apresentar novas quedas, devido à maior oferta.
Entretanto, fica a atenção quanto ao consumo, com férias escolares e festividades de final de ano normalmente brecando a venda de lácteos.
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