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O Brasil é o sexto produtor de lácteos do mundo, com captação consolidada em 25,12 bilhões de litros de leite em 2021 (IBGE). O primeiro lugar está ocupado pela Índia, cuja produção foi de 205,36 bilhões de litros (USDA), 8,17 vezes maior que a brasileira.
O Brasil depende da importação de lácteos para atender a demanda interna de produtos lácteos. Os principais fornecedores são Argentina e Uruguai, que desde 1997 até novembro de 2022, representaram 82,47% do volume importado, ou 3,61 milhões de toneladas.
O principal produto importado foi o leite concentrado (em pó ou condensado) totalizando 52,08% da compra de produtos lácteos.
O Brasil também exporta. Historicamente, os principais compradores são Venezuela, Angola e Argélia. O principal produto vendido é o leite concentrado representando 68% do volume, equivalente a 886,65 mil toneladas.
Em 2022, estima-se que a captação será de 23,91 bilhões de litros de leite, queda de 4,8% na comparação com 2021.
A captação de leite apresenta picos no verão, quando as vacas leiteiras estão melhor nutridas, contra o inverno por causa da pior qualidade dos pasto e, consequentemente, queda na produção.
Há outros fatores que interferem na produção, como a tecnificação da propriedade, melhoramento genético dos bovinos, hidratação adequada do rebanho, bem-estar animal em seus diversos parâmetros e, obviamente, a quantidade de produtores.
Apesar da queda na captação de leite entre 2020 e 2021 e a expectativa de mais retração em 2022, em média, a captação vem crescendo 3,36% ao ano. Deste modo é esperado um incremento na produção nos próximos anos.
Na figura 1, está a captação de leite no Brasil. Até 2014, a captação apresentava um crescimento intenso, com média anual de 5,18%, porém a quebra de produção em 2015 mudou a tendência.
A captação se normalizou em 2017, porém sem a mesma intensidade do período anterior.
A expectativa para 2022 é de que 23,9 bilhões de litros de leite sejam captados. Se a quebra de 2015/16 não tivesse ocorrido o volume captado seria de 31 bilhões de litros.
Figura 1.
Captação anual de leite no Brasil, de 1997 a 2022, em bilhões de litros, retas de tendência inatual (laranja) e atual (azul).
*projeção
Fonte: IBGE / Elaborado por Scot Consultoria
Há dois motivos para a quebra de produção em 2015. A queda do preço do leite em pó no mercado internacional, que favoreceu a importação e derrubou os preços internos, e a quebra da safra de milho resultaram na alta de preços do insumo. Desta forma, o produtor foi pouco remunerado e teve custos altos, desestimulando a produção.
Recentemente, em 2021, tivemos outra quebra, causada pelos preços dos insumos que subiram, desestimulando mais uma vez a produção.
Ao longo dos anos, a produção brasileira de leite se modernizou. A região Sudeste, historicamente, fora a maior produtora, porém, em 2021, a região Sul tomou espaço no mercado nacional, assumindo o posto de maior produtora.
É esperado que essa distância aumente em 2022. A diferença da participação foi de 1,8 pontos percentuais, em 2021, e é esperado que chegue em 2,8 pontos percentuais em 2022.
As regiões Sudeste e Sul equivalem a pouco mais que três quartos da captação nacional.
Figura 2.
Participação por região na captação nacional de leite ao longo dos anos.
* projeção
Fonte: IBGE / Elaborado por Scot Consultoria
Minas Gerais é o principal produtor de leite no país. São Paulo e Rio Grande do Sul já ocuparam a segunda colocação, mas foram superados pelo Paraná em meados de 2019.
Tabela 1.
Maiores estados produtores de leite em ordem decrescente, em bilhões de litros, em 2021.
Fonte: IBGE / Elaborado por Scot Consultoria
O Paraná apresentou um crescimento anual médio de 5,95%, Rio Grande do Sul 3,85% e Santa Catarina 10,03%. No Sudeste, Minas Gerais apresentou um crescimento médio anual de 2,99%, Rio de Janeiro 0,40% e São Paulo de 1,02%.
Figura 3.
Volume de leite captado, em bilhões de litros.
* projeção
Fonte: IBGE / Elaborado por Scot Consultoria
Fora do foco dos principais produtores, a maioria dos estados do Nordeste apresentaram um crescimento anual acima da média.
De 1997 a 2021, em Sergipe, a captação teve crescimento médio anual de 17,7% e, em Pernambuco, de 12,7%.
Está projetado para 2022, uma captação de leite em Pernambuco de 282,47 milhões de litros e em Sergipe de 381,22 milhões de litros.
Rondônia apresentou crescimento anual médio de 3,35%, puxado pelo intenso incremento na produção de 1997 até 2009, porém após este período está tendo quedas constantes, cuja expectativa de captação é 542,46 milhões de litros em 2022.
No Pará, há um crescimento ano a ano de 8,27% e é esperado que sejam captados 208,83 milhões de litros em 2022.
Figura 4.
Volume de leite captado em bilhões de litros.
*projeção
Fonte: IBGE / Elaborado por Scot Consultoria
O crescimento anual médio em Goiás está em 1,87%. Espera-se que capte 2,15 bilhões de litros em 2022.
A produção nacional de leite de vaca apresentou ao longo dos anos altos e baixos. Quebras nas safras dos principais insumos para alimentação do gado e no preço recebido pelo produtor foram os principais fatores alteraram a dinâmica de produção.
A região Sul teve crescimento alto e está consolidada na produção nacional. Nos últimos anos, o Nordeste cresceu, mas representa pouco na captação nacional.
Regiões consolidadas e importantes produtoras, como Sudeste e Centro-Oeste, apresentaram, ao longo dos anos, queda na participação da captação de leite, porém são importantes no mercado leiteiro, sendo Minas Gerais, São Paulo e Goiás alguns dos principais produtores nacionais.
A região Norte tem um mercado regional relevante em Rondônia e Pará, porém tem menos que 5% da representatividade anual da captação nacional.
Referências bibliográficas
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
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