Foto: Bela Magrela
A estimativa brasileira para a produção de grãos, na safra 2022/23, é de 309,9 milhões de toneladas, aumento de 13,8% frente à safra 2021/22. A estimativa é que sejam semeados 76,9 milhões de hectares, aumento de 3,3% na mesma comparação (Conab).
Os resultados econômicos positivos, obtidos nos últimos anos, promoveram o crescimento do setor. A produtividade média aumentou 14,3% nos últimos dez anos.
O uso de fertilizantes tem um papel importante nesse aumento de produção.
A desvalorização do real frente ao dólar, o aumento no preço do petróleo e a possibilidade de escassez do produto, à época, devido ao conflito russo-ucraniano, repercutiram nas cotações dos fertilizantes. O Brasil depende da importação.
Em 2022, foram entregues 41,1 milhões de toneladas de fertilizantes no Brasil, sendo 83,8%, ou 34,4 milhões de toneladas, importadas. No ano, as entregas foram 10,4% menores que em 2021, apenas em abril, maio e dezembro as entregas foram maiores (ANDA).
Com os preços maiores, a demanda caiu e os preços arrefeceram no segundo semestre de 2022. A confirmação de fornecimento de fertilizantes pelos russos auxiliou na queda dos preços.
De agosto/22 a fevereiro/23, a cotação do cloreto de potássio, ureia, MAP, 20-00-20 e do super simples caiu, respectivamente, 38,4% 23,0%, 21,1%, 16,9% e 6,4% (figura 1).
Figura 1.
Comportamento dos preços médios dos fertilizantes. Base 100=janeiro/21.
Fonte: Scot Consultoria
Mesmo com as recentes quedas nos preços do milho e da soja, a queda mais acentuada nas cotações dos fertilizantes melhorou a relação de troca para o produtor.
Para o milho, a relação de troca está no melhor patamar desde outubro/21. Atualmente são necessárias 42,4 sacas de milho para uma tonelada dos fertilizantes analisados (figura 2).
Para a soja, considerando a média dos fertilizantes analisados, a relação de troca está no melhor patamar desde setembro/21.
Atualmente são necessárias, em média, 21,4 sacas de soja para compra de uma tonelada dos fertilizantes analisados (figura 3).
Figura 2.
Relação de troca de sacas (60 kg) de milho, em Campinas-SP, por tonelada de fertilizante.
Fonte: Scot Consultoria
Figura 3.
Relação de troca de sacas (60 kg) de soja, em Paranaguá-PR, por tonelada de fertilizante.
Fonte: Scot Consultoria
Os estoques, no início de 2023, estavam no maior patamar da série histórica, marcando 8,4 milhões de toneladas, 16,1% maior que no mesmo período de 2022.
Mesmo com a redução das importações no segundo semestre de 2022, a demanda interna foi o fator que mais pesou na composição dos estoques.
No cenário internacional, a menor procura pelos insumos, principalmente pelos Estados Unidos e Índia, proporcionou queda dos preços.
Os preços comparativamente menores e a melhora na relação de troca devem favorecer o consumo, que deverá se recompor visando a safra 2023/24. Com isso, poderemos acompanhar preços mais sustentados.
Confira, na tabela 1, os preços dos fertilizantes e a variação na comparação entre de agosto de 2022, janeiro e fevereiro de 2023.
Tabela 1.
Preços e variações dos fertilizantes entre 2022 e 2023.
Fonte: Scot Consultoria
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