O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês), divulgou em 11/5 seu primeiro balanço de oferta e demanda para a safra global em 2023/24.
A produção global de soja foi estimada em 410,59 milhões de toneladas, contra 370,42 milhões de toneladas na safra 2022/23.
Os estoques finais devem recuperar-se na próxima safra, tendo sido estimados em 122,5 milhões de toneladas, acima dos 101,0 milhões de toneladas estimados para o ciclo 2022/23.
Para o Brasil, o USDA estimou que a safra de soja 2023/24 será de 163 milhões de toneladas, acima dos 155,0 milhões do ciclo atual.
Destaque à estimativa de exportação brasileira da oleaginosa, que deve alcançar 96,5 milhões de toneladas em 2023/24, enquanto, para 2022/23, as vendas externas foram mantidas em 93 milhões.
Para a Argentina, se espera uma recuperação e a safra pode voltar aos 48 milhões de toneladas na nova temporada.
Já a produção chinesa de soja, na nova safra, pode alcançar 20,5 milhões de toneladas e sua importação, 100 milhões de toneladas. No ano comercial 2022/23, a importação chinesa foi revisada para cima, passando de 96 para 98 milhões de toneladas.
Veja, na tabela 1, as principais estimativas para a produção global de soja.
Tabela 1.
Balanço de oferta e demanda de soja, em milhões de toneladas.
Fonte: USDA (maio/23) / Elaborado por Scot Consultoria
No reporte divulgado em maio, a safra global de milho de 2023/24 está estimada em 1.219,63 milhões de toneladas, ou 1,22 bilhão de toneladas, com estoques finais projetados em 312,9 milhões de toneladas. A produção, na safra anterior, está estimada em 1,15 bilhão de toneladas e os estoques finais em 297,41 milhões.
Para o Brasil, o departamento americano projeta a nova safra em 129 milhões de toneladas e a exportação em 55 milhões – mantendo o posto de maior exportador global no próximo ano safra.
Para a Argentina, depois da quebra severa na temporada 2022/23, é esperada recuperação, com a produção do grão estimada em 54 milhões de toneladas, com a exportação voltando ao potencial de 40,5 milhões de toneladas.
Sobre a Ucrânia, a estimativa é de que a produção do país chegue em 22 milhões de toneladas, menor do que a 2022/23, cuja estimativa foi de 27 milhões, com exportação de 16,5 milhões, contra 25,5 milhões de toneladas na atual temporada.
Tabela 2.
Balanço de oferta e demanda de milho, em milhões de toneladas.
Fonte: USDA (maio/2023) / Elaborado por Scot Consultoria
Com a maior disponibilidade de soja e expectativa de uma boa segunda safra de milho no Brasil, os preços caíram.
O mercado tem acompanhado a semeadura da safra 2023/24 que pode, pontualmente, dar sustentação às cotações no Brasil em caso de dificuldades no desenvolvimento da produção local.
O quadro por lá, porém, está favorável, e quebras de produção severas não devem ocorrer.
Até a metade de maio (15/5), a semeadura da soja chegou em 49% da área, na semana anterior, 35% da área estava semeada. No ano passado, neste mesmo período, o plantio estava concluído em 27% da área apenas e, na média das últimas cinco safras, 36% estava semeado.
No milho, a semeadura, no mesmo período, chegou em 65%, na semana anterior eram 49%. Na safra anterior, segundo o USDA, 45% da área destinada ao cereal já havia sido semeada e a média das últimas cinco safras para o período fora de 59%.
Cenário que deverá seguir pressionando os mercados de milho e soja no Brasil.
Referências bibliográficas
Scot Consultoria
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, USDA (sigla em inglês)
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