O Brasil ocupa 263,4 milhões de hectares para a produção agropecuária (MapBiomas).
Nos últimos anos, consolidou a posição de fornecedor de alimentos para 130 países. Estima-se que o alimento produzido no Brasil seja capaz de alimentar 1 bilhão de pessoas.
O avanço do Brasil na produção de alimentos se deve aos avanços em produtividade e produção, de boas práticas agrícolas em campo, e de genética e de maquinários, entre outros insumos. Dentre esses recursos, está o emprego dos fertilizantes.
Os preços dos fertilizantes nitrogenados caíram.
A cotação média da tonelada do grupo de fertilizantes nitrogenados¹ importado está em US$336,42. Veja o comportamento do preço de 2018 a maio de 2023 na figura 1.
Figura 1.
Cotação média, por tonelada do grupo de fertilizantes nitrogenados¹ importado.
* até maio
Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria
A importação até maio foi de 4,2 milhões de toneladas, sendo a China a principal fornecedora.
Com a redução da importação da Rússia, devido à guerra russo-ucraniana, o volume de fertilizante nitrogenado russo caiu 37,7% comparando 2022 a 2021. Concomitantemente, a importação da China aumentou 55,4% no mesmo período.
Em 2023, do total importado até maio, a China representou 27,4% do volume, com 1,15 milhão de toneladas de fertilizantes nitrogenados, seguida pela Rússia, com 15,1% (635 mil toneladas).
Figura 2.
Participação da Rússia e da China na importação de fertilizantes nitrogenados pelo Brasil.
* até maio
Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria
A Índia, que é a principal consumidora global de fertilizantes a base de nitrogênio, anunciou a compra de 800 mil toneladas de ureia.
Uma vez que é a principal importadora de nitrogenados, o mercado monitora o valor pago pelos indianos, que acabam por balizar a cotação para outros importadores.
Cabe também atenção ao mercado norte-americano, com uma demanda mais compassada para a maior parte dos fertilizantes.
Para 2023, no Brasil, os preços dos fertilizantes nitrogenados (ureia, sulfato de amônia e nitrato de amônia) caíram, tendo em vista a valorização do real frente ao dólar no ano e a uma demanda compassada no mercado internacional. A queda da cotação dos produtos agrícolas, das commodities, podem desestimular a semeadura e diminuir o consumo de fertilizantes.
Figura 3.
Preços pagos pelo sulfato de amônia, ureia e nitrato de amônia, em R$/t, por quinzena, em 2022 e 2023.
Fonte: Scot Consultoria
Os preços estão menores em relação a julho de 2022, com Estados Unidos e Índia, dois dos maiores compradores, ainda trabalhando com incertezas no cenário produtivo interno, o que preocupa o mercado.
Olhando para o Brasil, o volume de comercialização está baixo, com compradores à espera de preços dos fertilizantes ainda menores, assim, em curto prazo poderemos assistir a uma movimentação intensa e repentina dos compradores quando, e se, as cotações atingirem os patamares desejados e que poderá gerar problemas logísticos na entrega.
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