Entre as adversidades que o meio rural enfrenta, a falta de mão de obra é uma delas. O problema vem acontecendo silenciosamente e é um dos problemas vigentes no agro.
A redução de trabalhadores no campo ameaça à produtividade, o desenvolvimento e a eficiência do setor agropecuário.
Essa falta de mão de obra vem acontecendo a anos. Começou com o êxodo rural, na medida em que os centros urbanos foram se expandindo e dando oportunidade de emprego fora do meio rural.
Dessa forma, jovens rurícolas migraram para as cidades em busca de empregos que pagavam mais e ofereciam condições de vida melhor.
Contudo esse não foi o único fator de redução da mão de obra no meio rural.
O envelhecimento da população trouxe uma diminuição de pessoal. As novas gerações não consideram trabalhar no meio rural, provocando uma falta de trabalhadores nesse segmento.
Essa percepção negativa em relação ao meio rural vem do conceito de que o trabalho agrícola é árduo, mal remunerado, perigoso e com baixa tecnologia. Essa visão somada à falta de informação e conhecimento resulta em jovens desinteressados em conhecer e se arriscarem na agricultura e pecuária.
A crença de que o trabalho rural não compensa juntamente com a competição por mão de obra entre diferentes setores da economia, fazem com que pessoas capazes e talentosas migrem para outros segmentos, agravando a escassez de gente no agronegócio.
O aumento dos investimentos em tecnologia no setor agropecuário fez com que o Brasil chegasse ao nível de produtividade e desenvolvimento de primeiro mundo, apresentando uma Produção Total dos Fatores (PTF) de 3,2% ao ano, enquanto no mundo a taxa é de 1,7% ao ano, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). No entanto esse desenvolvimento trouxe consigo uma dificuldade. PTF é o aumento da produção através do aumento da produtividade, mantendo a quantidade de mão de obra, insumos e afins.
O gargalo é a falta de mão de obra qualificada para atender o avanço tecnológico no agronegócio, a modernização agrícola e a implementação de tecnologias avançadas como, maquinário automatizado, programas e sistemas de captura de dados.
Essas técnicas dificultam a empregabilidade no setor, principalmente pela falta de capacitação e treinamento.
“A alta rotatividade de gente especializada no campo faz com que produtores se sintam desestimulados a oferecer treinamentos”, aponta Guilherme Malafaia, pesquisador da Embrapa Gado de Corte.
Contar com uma equipe qualificada, que transcenda a mera experiência técnica, é um dos desafios do agronegócio. Diante desse panorama, é necessário recrutar profissionais dotados de competências tecnológicas capazes de gerenciar softwares e sistemas desenvolvidos especificamente para o setor.
Por meio de treinamento prático, parcerias e abordagens modernas de divulgação de conhecimento, fornece subsídios para atrair e capacitar uma nova geração de profissionais prontos para enfrentar os atuais desafios agrícolas.
Caso isso não aconteça, corre-se o risco de se assistir uma desaceleração do desenvolvimento rural, com consequências nefastas para a economia brasileira e para a ocupação de nossa população que não vive em grandes centros urbanos.
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