Os Estados Unidos são os maiores produtores mundiais de carne bovina, com um volume estimado em 12,3 milhões de toneladas em equivalente de carcaça (TEC) em 2023.
No entanto, o consumo doméstico é de 12,6 milhões de toneladas, o que representa um déficit de 321 mil toneladas.
Esse déficit é suprido pela importação. O consumo de carne bovina nos EUA está crescendo e aumentou 1,6% em relação a 2019 (USDA).
De acordo com o relatório mais recente do USDA, os Estados Unidos têm dependido fortemente das importações para atender à demanda por carne bovina nos últimos cinco anos.
Os principais países fornecedores são o Canadá, México, Austrália, Nova Zelândia e Brasil. Em 2023, o Canadá foi o principal fornecedor, com 417,9 mil TEC.
O México ficou em segundo lugar, com 275,6 mil TEC. A Austrália, a Nova Zelândia e o Brasil exportaram, respectivamente, 266,9 mil, 221,8 mil e 185,6 mil, todas em TEC.
Figura 1. Importação de carne bovina dos Estados Unidos, em mil toneladas equivalente carcaça (TEC).
Fonte: USDA / Elaborado por Scot Consultoria
Apesar de ser o maior exportador global de carne bovina, o Brasil ocupa a quinta posição como fornecedor para os Estados Unidos.
Segundo a Secex, o preço pago pela tonelada exportada de carne bovina in natura para os Estados Unidos foi de US$5.027,69 em 2022 a US$ 4.743,19, em 2023.
Figura 2. Exportação de carne bovina in natura para os Estados Unidos, em volume (toneladas, eixo da esquerda), e preço pago por tonelada (eixo da direita).
Fonte: Secex / Elaborado por Scot Consultoria
Nos últimos três anos, o Brasil tem desempenhado um papel significativo como fornecedor de carne bovina para os Estados Unidos.
Além disso, o Brasil opera um sistema produtivo eficiente, possibilitando oferecer carne bovina com alta qualidade e com preços competitivos.
O aumento da importação de carne bovina brasileira pelos Estados Unidos nos últimos anos acompanha o crescimento do consumo doméstico no país norte-americano.
No entanto, é importante considerar a possibilidade de os Estados Unidos reduzirem as importações do Brasil em 2024 devido a uma diminuição no consumo interno.
As projeções indicam que o consumo de carne bovina nos Estados Unidos em 2024 será de 11,9 milhões TEC, menor que em anos anteriores.
Figura 3. Consumo, em milhões de tec (eixo da esquerda) e variação do consumo ano a ano, em porcentagem (eixo da direita) de carne bovina nos Estados Unidos.
Fonte: USDA / Elaborado por Scot Consultoria
Esse declínio pode estar associado ao aumento dos preços da carne no varejo americano, que pode afetar negativamente o poder de compra dos consumidores e, consequentemente, resultar em uma menor demanda por carne bovina.
Diante desse cenário, os Estados Unidos poderiam ajustar as importações à redução na demanda interna, afetando diretamente as compras de carne do Brasil.
Este contexto destaca a importância de monitorar não apenas os fatores relacionados à produção e qualidade, mas também as tendências econômicas que influenciam as escolhas de consumo nos Estados Unidos.
Adicionalmente, alguns estados e municípios brasileiros foram reconhecidos como livres de febre aftosa sem a necessidade de vacinação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). Devido a isso, em uma recente decisão, o Canadá ampliou as habilitações para importação de carne bovina brasileira. Dessa forma, fortalece-se a relação comercial entre o Brasil e os países da América do Norte.
Nesse contexto, o Brasil está bem-posicionado para continuar ampliando a exportação para os países norte-americanos, impulsionado por uma demanda sólida e um sistema produtivo eficiente que fortalece a competitividade no cenário internacional.
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