A produção brasileira de arroz na safra 2023/24, em abril, ficou estimada em 10,5 milhões de toneladas (Conab). O Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional e a expectativa, em abril, era de que a produção no estado fosse de 7,5 milhões de toneladas (71,4% da produção nacional).
Figura 1.
Produção nacional de arroz e produção sul-rio-grandense, em milhões de toneladas.
Fonte: Conab / Elaboração: Scot Consultoria
A colheita da safra brasileira está em andamento, mas perdeu força em abril, com destaque para o Rio Grande do Sul. No Brasil, os trabalhos chegaram a 80,7% da área semeada, contra 94,5% há um ano, até o começo de maio (5/5). No Rio Grande do Sul, os trabalhos caminhavam à reta final (83,0% da área semeada), de uma safra, até então, com boa produtividade (tabela 1).
Tabela 1.
Colheita do arroz no Brasil, até 5/5/2024.
Fonte: Conab
Com as enchentes no estado, estima-se que a área não colhida corresponda a cerca de 153,0 mil hectares, representando uma perda potencial de 1,2 milhão de toneladas – cerca de 11,4% da estimativa de produção nacional – considerando dados da Conab.
O preço no mercado de arroz estava firme desde julho de 2023 – pautado na entressafra no Brasil, problemas com a produção em importantes regiões produtoras na Ásia, como a Índia, que suspendeu as exportações e uma demanda aquecida.
Com a colheita no Brasil e maior oferta, os preços regrediram até as últimas semanas de abril, mas, com as enchentes no Rio Grande do Sul, a cotação voltou a subir (figura 2).
Figura 2.
Preços do arroz em casca, no Rio Grande do Sul, em R$ por saca de 50kg, em valores nominais.
Fonte: CEPEA / Elaboração: Scot Consultoria
O balanço de oferta e demanda nacional, antes da catástrofe no Rio Grande do Sul, já estava apertado, com uma demanda equilibrada com o suprimento, mantendo a estimativa de estoques nacionais baixos (tabela 2).
Tabela 2.
Balanço de oferta e demanda de arroz no Brasil.
Fonte: Conab
No mercado internacional o balanço de oferta e demanda para a safra 2023/24 também está apertado, com a estimativa do menor estoque global desde a safra 2018/19.
A perspectiva de oferta global e nacional menores deverá manter os preços firmes. Com a possibilidade de aumento da importação, a paridade de importação, com o dólar elevado, terá relevância na precificação do arroz nacional.
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