Foto por: Bela Magrela
Segundo levantamento do CEPEA, até meados de outubro, o preço médio do arroz no Rio Grande do Sul estava em R$ 119,62/ saca, uma alta de 0,7% em relação à média em setembro e 14,9% maior em comparação com outubro de 2023 (figura 1).
Figura 1.
Comparação entre preços médios do arroz (saca de 50 kg).
Fonte: Cepea / Elaboração: Scot Consultoria. Até* 14/10
O cenário é de liquidez limitada, com preços nominalmente estáveis e consumo reduzido ao longo do segundo semestre.
Embora tenham ocorrido algumas flutuações recentes nos preços do arroz em casca, a tendência predominante é de estabilidade, com cautela por parte de compradores e vendedores. Essa restrição das transações, caracterizam a fase de equilíbrio em que o setor se encontra.
O foco está na nova safra, especialmente na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, que começou em agosto. Os produtores, concentrados na semeadura, demonstram menor disposição para negócios, o que influi no panorama do mercado. O mercado não está definido, com os produtores atentos às condições climáticas e à demanda interna, fatores que poderão influenciar as cotações.
Quanto à balança comercial, dados MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), indicam que as exportações de arroz em casca na temporada 2024/25 (de março a setembro) foi de 855,39 mil toneladas, uma queda de 30,8% em relação às 1,12 milhão de toneladas exportadas no mesmo período do ano anterior.
Por outro lado, as importações de arroz em casca foram de 944,8 mil toneladas, um aumento de 0,4% em relação às 940,46 mil toneladas da temporada anterior.
O panorama é de baixa competitividade, com o Brasil exportando quase três vezes menos arroz em casca na comparação com a safra anterior. A colheita nos Estados Unidos, em fase de conclusão, exerce pressão sobre o mercado internacional, limitando o espaço para o arroz brasileiro.
No curto prazo, o primeiro semestre de 2025 sugere uma boa oferta, com cotações pressionadas e possibilidades de recuperação de mercados importantes, como o México, que não esteve ativo nesta temporada.
A Arrozeira Pelotas, do Rio Grande do Sul, se destaca como a primeira empresa brasileira a implementar a tecnologia de blockchain para rastreamento de seus produtos. Com o suporte tecnológico da Embrapa (Sibraar), busca atender a um consumidor exigente e se antecipar às futuras exigências legais.
Por meio de um QR Code presente na embalagem, os consumidores poderão acessar informações detalhadas sobre a origem da matéria-prima, os processos de industrialização e transporte, além do método de produção do arroz. A empresa também planeja expandir essa tecnologia para outros produtos e desenvolver novos lotes.
Recentemente, a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e a Embrapa assinaram um acordo de cooperação técnica, visando implementar um sistema de rastreamento para toda a cadeia produtiva do cereal. O documento foi divulgado em 9 de outubro no Diário Oficial da União (DOU).
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