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Scot Consultoria

Carta Grãos - Milho: preços firmes para o curto e médio prazos


Terça-feira, 29 de outubro de 2024 - 18h00

Foto: Bela Magrela


Em contraste com a queda no mercado internacional, os preços no mercado interno estão subindo (tabela 1), e o que tem dado suporte para esta alta, é a estimativa do estoque final baixo e o consumo crescente.

Tabela 1.
Milho - Mercado disponível em reais por saca de 60 kg.

Data / Variação PR SP MS MT GO MG SC RS
25/10/2023

Há um ano

365 dias
52,00

28,8%

60,00

17,9%

42,00

35,7%

34,00

45,6%

34,50

53,6%

41,50

45,8%

44,00

34,1%

43,50

42,5%

Há um mês

30 dias
58,00

15,5%

64,82

9,1%

48,00

18,8%

44,00

12,5%

42,00

26,2%

55,00

10,0%

53,00

11,3%

59,00

5,1%

Há uma semana

Variação 7 dias
63,00

6,3%

68,04

3,9%

54,00

5,6%

47,00

5,3%

48,00

10,4%

59,00

2,5%

58,00

1,7%

61,50

0,8%

24/10/2024 67,00 70,71 57,00 49,50 53,00 60,50 59,00 62,00

*As referências de cada estado são Campo Mourão, Campinas, Dourados, Rondonópolis, Rio Verde, Uberlândia, Chapecó e Erechim, respectivamente.
Fonte: Scot Consultoria

A produção nacional estimada para a safra 2023/24 foi de 115,7 milhões de toneladas. A estimativa do estoque final foi de 4,43 milhões de toneladas, o que representa 62,6% do estoque final estimado para a safra anterior, de 7,07 milhões de toneladas (figura 1).

A exportação em setembro aumentou 5,9% na comparação com agosto, e atingiu 6,42 milhões de toneladas (Conab). Na comparação feita ano a ano, a exportação caiu 34,1%.

O consumo interno, por sua vez, está estimado em 84 milhões de toneladas. Desse volume, 16,9 milhões de toneladas, ou seja, 20,1% estão destinados à produção de etanol, atrás apenas do consumo da avicultura, responsável por 33,7% dessa parcela, somando 28,3 milhões de toneladas. São 29 usinas de etanol de milho cuja capacidade de produção está estimada em 8 bilhões de litros.

Figura 1.
Produção, consumo interno, e estoque final de milho no Brasil, em milhões de toneladas.

Fonte: Conab. Elaborado por: Scot Consultoria. * Estimativa em outubro/2024

Perspectivas para a primeira safra de 2024/2025

O atraso na semeadura da soja, causado pelas condições climáticas vividas nos últimos meses, atrasará a colheita, o que traz preocupação para a janela de semeadura da segunda safra de milho. A expectativa para a primeira safra é de queda, de 1,1% na área semeada e de 5,4% na produção, estimada em 22,72 milhões de toneladas.

O cenário atual para o clima é de migração para o fenômeno “La Niña”. A expectativa é que dessa vez o tempo seja menos inclemente, sem grandes impactos, se estendendo até janeiro/março de 2025. A expectativa é de boas chuvas na região do MATOPIBA, atraso das chuvas no cerrado e risco de estiagem, no verão, no sul do país, o que pode afetar os resultados da segunda safra, com um cenário de risco climático maior.

O quadro no curto e médio prazo é de preços firmes, com a redução de área destinada para a cultura neste primeiro momento, e a menor oferta do grão pelos produtores sul-americanos, pode repercutir nos preços no mercado externo.

Por fim, a estimativa é de que o volume exportado no período some 34 milhões de toneladas e que a demanda no mercado interno permaneça forte, sustentada pelo volume de proteína animal exportada e pela produção de etanol.


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