• Domingo, 15 de dezembro de 2024
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Carta Grãos - Sorgo: do banco de reservas a titular em 2024


Terça-feira, 5 de novembro de 2024 - 18h00

Foto: Bela Magrela


O mercado de sorgo cresceu nos últimos anos, impulsionado pela demanda crescente na indústria de ração animal e a busca por alternativas sustentáveis em biocombustíveis. Em 2024, os preços do sorgo oscilaram entre R$75,00 e R$80,00 por saca de 60 kg, uma valorização em relação aos R$68,00 a R$72,00 registrados no mesmo período em 2023.

Essa elevação foi motivada pela escalada nos custos de produção do milho e pela incidência de pragas, que têm sido um desafio para os agricultores, posicionando o sorgo como uma alternativa atraente. De fato, o sorgo, que outrora era um coadjuvante no cenário agrícola, e está saindo do "banco de reserva dos grãos" para se estabelecer como titular nas lavouras brasileiras.

Além do fortalecimento no mercado interno, a exportação cresceu. O Brasil tem se afirmado no mercado global de sorgo, com as vendas externas crescendo em resposta à demanda internacional, em especial dos países asiáticos como a China. Em 2023, a exportação foi de 2,1 milhões de toneladas, um crescimento em comparação aos anos anteriores. Nos últimos cinco anos, o mercado de sorgo no Brasil cresceu, tanto em produção quanto em área semeada. Em 2022, a produção foi de 2,9 milhões de toneladas. Em 2023 esse número subiu para 4,6 milhões de toneladas devido ao aumento da demanda externa por sorgo, relacionada aos biocombustíveis, à alta nos preços de outros grãos como o milho, e à resiliência do sorgo a condições climáticas adversas, como seca e calor. Além disso, a China impulsionou as importações desse grão, utilizando-o tanto para ração animal quanto para consumo humano, e devido a tensões comerciais com os EUA. Esses fatores favoreceram os exportadores, como Brasil e os Estados Unidos (figura 1).

A demanda global está em crescimento acelerado, sustentada pela necessidade de alternativas resilientes e economicamente viáveis para ração animal e biocombustíveis. Entre 2021 e 2022, o Brasil ampliou a área semeada em 22,6%, alcançando 1,1 milhão de hectares e produção de 2,9 milhões de toneladas. A China, maior importadora mundial, ampliou as compras de 8,5 milhões de toneladas em 2022 para 11,5 milhões em 2023, um salto de 35% para atender à sua vasta indústria pecuária. Além disso, a demanda por sorgo para biocombustíveis, especialmente variedades sacarinas e de biomassa, aumentou 15% em 2023, como alternativa sustentável à produção de etanol. Esses números posicionam o sorgo como uma opção estratégica para segurança alimentar e energética.

O custo de produção por hectare de sorgo e milho varia conforme a região. Em 2024, o custo de produção do sorgo está estimado em cerca de R$5,3 mil por hectare (Conab), e o custo de produção do milho em R$6,4 mil por hectare. A diferença entre os custos está em 16,5%.

A habilidade do sorgo em prosperar sob condições de estresse hídrico, a resistência a pragas, e o menor custo de produção, fazem dele uma opção.

Para a safra 2024/2025, a produção está estimada em 2,87 milhões de toneladas (CONAB), um aumento de 11,9% em relação à safra anterior.

A vantagem do sorgo, com um custo de produção por hectare consistentemente menor ao do milho nos últimos cinco anos, torna-o uma opção econômica e estratégica frente às oscilações dos preços de outros grãos e aos desafios climáticos (figura 2).

Figura 1.
Demanda global por sorgo e área semeada em hectare (ha) no Brasil. O aumento na demanda global indica a maior adoção do sorgo em diferentes setores, enquanto a área semeada busca acompanhar essa necessidade crescente.

Fonte: Conab/ Elaborado por: Scot Consultoria

Figura 2.
Comparação do custo de produção/ha do sorgo e do milho, nos últimos cinco anos em reais (R$).

Fonte: Conab/ Elaborado por: Scot Consultoria


Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja