Foto: Bela Magrela
O mercado da soja teve uma semana intensa, caracterizada pela volatilidade dos preços (figura 1).
Figura 1.
Evolução diária da cotação da soja.
Fonte: Cepea. Elaboração Scot consultoria
A volatilidade foi influenciada pela atualização do relatório do USDA, que diminuiu a projeção de produção nos Estados Unidos em 3,28 milhões de toneladas, pressionando os estoques finais, o aumento da taxa de juros no Brasil, que subiu para 11,25%, e as incertezas com a eleição de Donald Trump como presidente norte-americano.
A vitória dos republicanos nas eleições presidenciais dos Estados Unidos pode gerar mudanças no mercado de commodities agrícolas, especialmente por conta da abordagem protecionista e políticas voltadas para o "America First".
Caso Trump adote, em seu segundo mandato, diretrizes semelhantes às de seu primeiro, isso poderá levar a uma reorganização comercial e agitar o mercado internacional, impactando os produtores americanos e os mercados globais.
No primeiro mandato as vendas norte-americanas para a China caíram, e no Brasil a exportação para a China cresceu. Essa movimentação, elevou os prêmios de exportação, facilitando a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional.
Se tensões similares voltarem a ocorrer, espera-se que o Brasil seja beneficiado, favorecendo o agro nacional.
A estimativa de produção para a safra 2024/25 é de 169 milhões de toneladas, com leves ajustes na exportação e nos estoques finais. Até o dia 3 de novembro, cerca de 53,3% da área prevista já havia sido semeada (Conab).
As condições climáticas favoráveis estão acelerando a semeadura, com destaque para Mato Grosso, que semeou quase 90% da área estimada. Até o final de novembro, o Brasil deverá ter concluído a semeadura nas principais regiões produtoras.
O fenômeno La Niña, que afeta o regime de chuvas, está previsto para se intensificar entre fevereiro e abril de 2025, segundo o Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI).
Até outubro deste ano, o Brasil exportou 94,3 milhões de toneladas de soja.
Para os últimos dois meses de 2024, espera-se um embarque entre 5 e 7 milhões de toneladas adicionais, o que pode elevar o volume exportado no ano para mais de 100 milhões de toneladas. Se o volume ultrapassar 102 milhões de toneladas, será um recorde.
No curto prazo, o mercado sofrerá os impactos do desenrolar do relacionamento comercial entre os EUA e a China, o desenvolvimento da semeadura da soja no Brasil e das condições climáticas.
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