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Scot Consultoria

Carta Grãos - Milho: preços firmes melhoraram a relação de troca com os fertilizantes


Terça-feira, 19 de novembro de 2024 - 19h00


Os preços do milho no mercado doméstico estão firmes, com a cotação, em Campinas-SP, em seu maior patamar no ano – R$74,86/saca de 60kg. Na primeira quinzena de novembro, os preços subiram 3,0% e, em trinta dias, a referência subiu 10,4%.

Veja na tabela 1 o comportamento de preços em diferentes praças e períodos.

Tabela 1.
Preços do milho, em R$/saca, em diferentes praças e períodos.

Data/variação Campo Mourão PR Campinas SP Rondonó-
polis MT
Sorriso MT Lucas do Rio Verde MT Dourados MS Rio Verde GO Uberlâ-
ndia - MS
15/11/2023 50,00 61,00 43,00 33,50 34,50 42,00 45,50 51,00
Variação 365 dias 39,0% 22,7% 44,2% 68,7% 65,2% 54,8% 42,9% 33,3%
Há um mês 62,50 67,83 53,00 47,00 46,00 59,00 57,00 60,00
Variação 30 dias 11,2% 10,4% 17,0% 20,2% 23,9% 10,2% 14,0% 13,3%
Há quinze dias 67,00 72,70 59,00 51,00 54,00 61,50 60,00 63,00
Variação 15 dias 3,7% 3,0% 5,1% 10,8% 5,6% 5,7% 8,3% 7,9%
Há uma semana 68,75 73,89 63,00 56,00 57,00 64,00 63,50 67,00
Variação 7 dias 1,1% 1,3% -1,6% 0,9% 0,0% 1,6% 2,4% 1,5%
14/11/2024 69,50 74,86 62,00 56,50 57,00 65,00 65,00 68,00

Fonte: Scot Consultoria

O que tem sustentado os preços do milho?

No Brasil, a semeadura da safra de verão avança bem – com ritmo em linha com a da safra anterior. Apesar do bom ritmo, há incertezas quanto à oferta na primeira safra – o clima está desfavorável nos principais estados produtores (Rio Grande do Sul e Paraná), com excesso de chuvas em algumas regiões.

Além das incertezas a respeito da safra de verão, a segunda safra também tem preocupado. Com chuvas irregulares no Brasil Central e no MATOPIBA até a primeira quinzena de outubro, a janela para a semeadura da segunda safra poderá ficar fora do adequado segundo o (ZARC) para a cultura – podendo diminuir a produtividade e apertar o quadro de oferta no Brasil.

No mercado internacional, a colheita da safra 2024/25 nos Estados Unidos está com ritmo acelerado e com uma boa projeção de oferta para o país, mas, mesmo com o avanço da colheita norte-americana e a maior oferta no mercado internacional, a demanda no Brasil está aquecida e tem sustentado os preços.

A exportação brasileira está melhor nos últimos meses – desde julho/24, registrando crescimento nos volumes mensais, apesar de menores que os registrados em 2023.

E, além do setor exportador, o período está marcado pelo incremento no alojamento de aves e suínos para atendimento das programações de festividades de final de ano, sendo este um dos principais momentos de demanda pelas agroindústrias brasileiras para o milho.

Some-se ao contexto a demanda pelas usinas de etanol de milho, que cresceu em 2024, o resultado é de preços firmes e uma expectativa de estoques finais menores na safra 2023/24, até a chegada da safra de verão 2024/25 – vide tabela 2.

Tabela 2. 
Balanço de oferta e demanda brasileira, em mil toneladas.

SAFRA SUPRIMENTO¹ DEMANDA TOTAL² ESTOQUE FINAL
2017/18 97.349,6 82.790,6 14.558,9
2018/19 116.198,0 103.011,4 13.186,6
2019/20 117.226,4 101.914,3 15.312,1
2020/21 105.499,6 91.984,3 13.515,3
2021/22 129.260,8 121.164,9 8.095,9
2022/23 141.301,7 134.233,3 7.068,4
2023/24 124.670,9 120.243,1 4.427,8
2024/25*, OUT/24 126.066,9 121.030,3 5.036,6
2024/25*, NOV/24 126.136,3 121.030,3 5.106,0

¹ - estoque inicial, produção e importação;
² - consumo doméstico e exportação;
*estimativa
Fonte: Conab / Elaborado por Scot Consultoria

Milho e a relação de troca com fertilizantes: momento favorável ao agricultor

Apesar da alta no dólar, a demanda mais comedida no mercado de fertilizantes pressionou os preços em outubro, frente a setembro, e o movimento baixista persistiu na primeira quinzena de novembro.

Com os preços do milho em alta e o de boa parte dos principais grupos de fertilizante em baixa, a relação de troca, medida em quantidade de sacas necessárias para a aquisição de uma tonelada de fertilizante, melhorou na comparação mensal e anual.

O momento está interessante para o produtor que ainda detém milho armazenado da última safra e não adquiriu os insumos para o preparo do solo na segunda safra 2024/25. Veja na figura 1.

Figura 1.
Relação de troca, entre sacas de milho e os grupos de fertilizantes, considerando os preços no Centro-Oeste.

Fonte: Scot Consultoria

Expectativas para o preço do milho em curto prazo

Em curto e médio prazos, os preços do milho deverão trabalhar firmes. Com a demanda aquecida, estoques finais menores e incertezas quanto à oferta para a próxima safra, o mercado deverá apresentar maior volatilidade e com maior atenção de seus agentes.

No Brasil, os contratos futuros do milho na B3 estão indicando trajetória de estabilidade à alta para as cotações até março/25. Veja na figura 2.

Figura 2.
Preços do milho na região de Campinas-SP no mercado físico (valores nominais) e mercado futuro, em R$ por saca de 60 quilos, sem o frete.

Fonte: B3 (14/11/24) / Elaborado por Scot Consultoria


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