Foto: Bela Magrela
Originalmente publicado no Broadcast Agro
Para os produtores, 2024 foi mais favorável após um 2023 de grandes desafios. Devido a melhora na remuneração do leite e custos de produção estáveis, a margem melhorou.
Figura 1.
Preço do leite ao produtor versus custos de produção da pecuária leiteira, base 100= janeiro de 2016.
Fonte: Scot Consultoria
O primeiro semestre foi marcado por uma produção crescente, principalmente no primeiro trimestre. O crescimento foi de 3,5% comparada com o mesmo período de 2023 (IBGE). No segundo trimestre de 2024 a captação cresceu 1,0%, comparada com o mesmo período de 2023. O desempenho foi menor devido a problemas climáticos que acometeram o Rio Grande do Sul (enchentes em abril).
Apesar do aumento da disponibilidade de leite e das importações em patamares elevados, os preços ao produtor avançaram passando de R$2,122/litro em janeiro para R$2,524/litro em junho, valorização de 18,9%.
Na segunda metade do ano, a estiagem severa e temperatura elevada, influenciaram a produção, que caiu no terceiro trimestre. O clima prejudicou o conforto das vacas e a disponibilidade de pastagens, reduzindo a produção. Dados parciais indicam queda de 0,6% na aquisição do leite cru no terceiro trimestre de 2024 frente a igual período de 2023.
A expectativa para o último trimestre é que a produção retome o crescimento, fechando o ano com volume entre 1,5% e 2,0% maior que em 2023.
A importação foi significativa em 2024. De janeiro a outubro, foram importadas 5,2% menos leite em pó integral que igual período do ano passado, lembrando, porém, que em 2023, o volume importado foi recorde, ou seja as compras no mercado internacional estão elevadas.
O ano deve começar com preços ao produtor em patamar elevado comparado aos últimos anos. Este fato pode limitar o espaço para novas altas no primeiro semestre. Já no segundo semestre a cotação poderá cair, as margens mais favoráveis ao produtor no segundo semestre de 2024 e primeiro semestre de 2025, devem estimular a produção, fortalecendo a oferta.
Com relação à demanda, os preços do leite e derivados estarão mais altos no primeiro trimestre de 2025, comparado com 2024, por isso será preciso acompanhar como o consumidor reagirá aos repasses.
Por outro lado, é esperado um ano de crescimento econômico em 2025, porém em ritmo menor comparado a 2024 (expectativa de crescimento de 3,2%), com projeções do PIB para 2025 em 1,9% (Boletim Focus de 29/11).
Do lado da produção, o clima é sempre uma incerteza e deve ser monitorado podendo trazer impactos à produção.
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