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A expectativa é de redução de 15,0% no consumo de calcário em 2024 em comparação com 2023, segundo estimativas da Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola (Abracal).
O consumo de calcário foi quase o dobro em 2023, em relação à 2015, e foi o maior registrado em 30 anos na série histórica dos dados oficiais da Abracal (figura 1).
Figura 1.
Consumo de calcário agrícola no Brasil (milhões de toneladas).
Fonte: Abracal / Elaboração: Scot Consultoria
A estimativa da queda em 2024 é explicada principalmente por fatores climáticos que afetaram o mercado na safra 2023/2024.
Em 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou um período de chuvas intensas e enchentes entre abril e maio, o que prejudicou o transporte devido aos danos estruturais nas estradas, e encareceu o frete entre o Sul e os estados do Centro-Oeste, os principais consumidores de calcário, com destaque para o Mato Grosso, responsável por cerca de 21,0% do consumo de calcário no Brasil (figura 2).
É valido mencionar que Minas Gerais é o principal fornecedor de calcário para outros estados brasileiros. Na safra 2023/2024, a estimativa é de que o estado tenha exportado cerca 1,1 milhão de toneladas de calcário.
Outro fator de importância no período foi o El Niño. O fenômeno começou a se desenvolver em abril de 2023, atingindo seu pico entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024. Durante esse período, o El Niño mexeu fortemente o clima, causando alterações nos padrões de precipitação e temperatura.
Esse cenário fez com que em muitas regiões fosse perdida a janela de semeadura da safrinha, inclusive no Centro-Oeste, o que fez com que produtores rurais que realizaram a correção do solo no período, não precisassem corrigir novamente para a safra seguinte, ou pudessem aplicar o calcário em menores quantidades.
O Brasil é um grande produtor de calcário no cenário mundial, e supre toda a demanda interna com a produção nacional, portanto não há a necessidade de importar o insumo. Somada à autosufiência na produção, o pouco valor agregado do insumo, que faz com que o frete influencie de forma significativa o custo final de compra.
No final de dezembro de 2024, segundo dados do Índice de Frete Edenred Repom (IFR), o preço médio do frete por quilômetro rodado foi de R$6,81, comparado a R$6,36 em janeiro do mesmo ano.
Figura 2.
Consumo aparente de calcário por estado (em mil toneladas).
Fonte: Abracal / Elaboração: Scot Consultoria
*outros incluí CE, PA, PB, PI, RN, RD, SE
A perspectiva é de que haja uma recuperação no consumo de calcário a partir de 2026.
2. Preços médios a granel
Segundo o levantamento da Abracal, o preço médio a granel por tonelada de calcário variou nos diferentes estados brasileiros.
Tabela 1.
Preços médios do calcário a granel, por estado.
UF | R$/tonelada (2023/2024) | R$/ tonelada (2022/2023) | Variação (%) |
TO | 150,00 | 95,00 | 57,9 |
GO | 132,50 | 118,56 | 11,8 |
MG | 127,18 | 128,45 | -1,0 |
BA | 115,00 | 95,00 | 21,1 |
MT | 100,00 | 100,00 | 0,0 |
SP | 98,29 | 78,90 | 24,6 |
RS | 90,00 | 93,00 | -3,2 |
PR | 82,00 | 70,00 | 17,1 |
Fonte: Abracal / Elaboração: Scot Consultoria
Referências Bibliográficas
ABRACAL. Associação Brasileira dos Produtores de Calcário Agrícola. Disponível em: <https://abracal.com.br/site/>.
DENRED BRASIL. Home - Edenred. São Paulo: Edenred Brasil, 2025. Disponível em: <https://www.edenred.com.br/>.
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