• Quarta-feira, 12 de março de 2025
  • Receba nossos relatórios diários e gratuitos
Scot Consultoria

Carta Insumos - O que é um fertilizante biotecnológico


Quinta-feira, 13 de março de 2025 - 06h00

Foto por: Shutterstock


Os fertilizantes são essenciais para a agricultura moderna pois repõem os nutrientes extraídos pelas plantas. Em 2015, a população mundial era de aproximadamente 7,4 bilhões de pessoas. Estima-se que, sem o uso de fertilizantes nitrogenados sintéticos, essa população seria significativamente menor, por volta de 3,8 bilhões de pessoas.

No Brasil, em 2024, foram entregues 45,6 milhões de toneladas de fertilizantes, uma redução de 0,5% em relação a 2023 e 2021, quando os volumes entregues foram idênticos, de 45,8 milhões de toneladas, segundo dados da ANDA (Associação Nacional para Difusão de Adubos). Embora o consumo não tenha apresentado crescimento nos últimos anos, a fabricação interna aumentou consideravelmente. Em 2024, o Brasil fabricou 7,2 milhões de toneladas de fertilizantes, um aumento de 3,8% em relação a 2023. No entanto, não fabricamos ureia, ainda segundo dados da ANDA.

O tamanho do mercado consumidor, o aumento na fabricação interna e a falta de produção interna de ureia abrem caminho para o desenvolvimento de produtos para a fertilização das lavouras brasileiras. Por exemplo, o uso de microrganismos promotores do crescimento de plantas nos fertilizantes pode ser uma estratégia interessante para reduzir a dependência da ureia e de outros nutrientes.

Nos últimos anos, a biotecnologia tem sido aplicada a esses insumos, resultando no desenvolvimento de fertilizantes biotecnológicos, que oferecem maior eficiência a preços iguais ou menores aos dos fertilizantes tradicionais.

Normalmente, quando pensamos em fertilizantes, lembramos dos fertilizantes sintéticos e minerais, como ureia, sulfato de amônio e cloreto de potássio, ou seja, os componentes do “NPK”. No entanto, existem também os organominerais, que combinam minerais e matéria orgânica, e os orgânicos, que têm origem animal ou vegetal, como esterco ou cama de frango. Esses fertilizantes possuem diversas subclasses e formas de apresentação, como misturas, que não serão abordadas neste texto.

Mas afinal, o que são os fertilizantes biotecnológicos?

Primeiramente, é importante entender o significado da palavra "biotecnologia". Segundo o dicionário Michaelis, biotecnologia é “qualquer aplicação tecnológica que faça uso de sistemas biológicos ou de organismos vivos (ou de suas células e moléculas) a fim de criar ou modificar produtos ou processos para uso específico”.

Sendo assim, fertilizantes biotecnológicos são produtos desenvolvidos com o uso de biotecnologia para melhorar a nutrição das plantas e a saúde do solo de forma sustentável. Eles geralmente contêm microrganismos benéficos (como bactérias e fungos) ou bioativos que ajudam a disponibilizar nutrientes essenciais, promovem o crescimento vegetal e reduzem a dependência de fertilizantes químicos tradicionais. Existem diferentes tipos de fertilizantes biotecnológicos, como biofertilizantes microbianos, fertilizantes de liberação controlada e fertilizantes enriquecidos com bioestimulantes.

Dessa forma, qualquer um dos fertilizantes mencionados (minerais, organominerais e orgânicos) pode ser considerado biotecnológico caso incorpore esse tipo de tecnologia. No entanto, esse conceito está mais associado à sustentabilidade, o que geralmente exclui a classe dos fertilizantes minerais.

Os impactos ambientais causados pelo uso excessivo de fertilizantes sintéticos têm gerado preocupação, especialmente na comunidade científica, que busca desenvolver estratégias biotecnológicas para mitigar esses efeitos. Como resultado, os fertilizantes biotecnológicos surgem como uma alternativa que contribui tanto para a sustentabilidade ambiental quanto para a produtividade dos cultivos, devido ao papel essencial das populações microbianas nos processos que promovem a estabilidade e a eficiência dos agrossistemas.

Atualmente, as práticas agrícolas e a produção de alimentos estão passando por mudanças para se tornarem mais sustentáveis. Nesse contexto, os fertilizantes biotecnológicos representam uma solução eficaz e promissora para melhorar a fertilidade do solo e aumentar a produtividade agrícola, alinhando-se a tendências como as políticas ESG adotadas por muitas empresas.


<< Notícia Anterior
Buscar

Newsletter diária

Receba nossos relatórios diários e gratuitos


Loja