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Scot Consultoria

Fim do El Niño?


Sábado, 27 de abril de 2024 - 06h00

Fonte: Yandex


As características do El Niño incluem o aquecimento anormal da superfície oceânica do Pacífico, impactando o aumento das temperaturas globais, o que tem ocorrido desde junho/23. Em contraste, o La Niña apresenta características e efeitos opostos, resultando no resfriamento das águas da mesma região e, consequentemente, em temperaturas mais amenas para a superfície terrestre.

Desde o início de abril, as condições do oceano indicam que entramos em período de neutralidade antes do início do fenômeno La Niña. Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) estimam uma probabilidade de 80% para condições de neutralidade entre abril e junho.

A expectativa é de 60% de chance que o La Niña inicie entre junho e agosto, coincidindo com o inverno na América do Sul. Durante o período, as temperaturas tendem a ser mais baixas.

O fenômeno pode ter duração de até dois anos, provocando efeitos mais marcantes nos extremos do país.

A expectativa é que a Região Norte e Nordeste recebam altos volumes de chuva. O Centro-Oeste pode enfrentar efeitos mais amenos, com tendência de estiagens. O Sudeste deverá ter temperaturas mais amenas e um aumento na probabilidade de períodos de seca durante momentos de alta intensidade do fenômeno. Enquanto isso, o Sul do país passará por temperaturas mais frias, estiagem e seca.

Efeitos na agricultura

As condições climáticas interferem diretamente na produção agrícola, provocando estiagens, menores índices de precipitação e, consequentemente, menor umidade no solo — especialmente em cultivos localizados no Centro Sul do país.

Uma das principais culturas afetadas pelo fenômeno é a soja. Durante o desenvolvimento, as probabilidades de estiagem são maiores, o que pode atrasar a semeadura e prejudicar o crescimento e produtividade da oleaginosa, além de interferir no calendário do milho safrinha.

Atenção à região do Pantanal e ao Mato Grosso do Sul, em função da expectativa de estiagem e temperaturas acima da média no período, sendo importante estarmos alertas ao risco de incidência de queimadas e incêndios florestais.

O milho e a cana-de-açúcar – já em fase de desenvolvimento/safra no Brasil - podem sofrer com as influências do La Niña, porém, em menor intensidade.

As culturas de arroz e feijão, também na safra atual, poderão ser impactadas negativamente para as lavouras localizadas no Sul do país, com os efeitos do fenômeno podendo gerar perdas produtivas.

Figura 1.
Previsão probabilística do IRI para ocorrência de El Niño e La Niña.

Fonte: NOAA/CPC

Figura 2.
Efeitos do El Niño e La Niña no Brasil.

Fonte: Flávio Mendes(2021)


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