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Balanço hídrico no Brasil em maio


Sábado, 8 de junho de 2024 - 06h00


Levando em consideração a anomalia de precipitação acumulada nos últimos 30 dias (figura 1), nota-se que, em grande parte do país, os volumes registrados foram abaixo do esperado para o período, exceto em áreas do Norte e Sul do país.

Em maio, a região Sul enfrentou grandes volumes de chuva e uma queda nas temperaturas. No Rio Grande do Sul, as enchentes devastaram lavouras e impediram a colheita de arroz, feijão, milho e soja em muitas áreas que ainda aguardavam condições adequadas para serem colhidas. Além disso, o solo sofreu danos, com a perda de nutrientes e de sua estrutura química devido a lixiviação.

A região Norte e Nordeste também apresentou volume relevante de chuvas durante o período favorecendo, principalmente, o cultivo de grãos. Entretanto, no MATOPIBA, houve restrição hídrica, o que pode influenciar na produtividade do milho de segunda safra em estágio reprodutivo.

Na região Sudeste, houve pouca precipitação, ocorrendo, principalmente, entre 15 e 21 de maio, resultando em uma menor disponibilidade de água no solo. Os níveis mais representativos foram no estado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro com acumulados de, no máximo, 50mm. As temperaturas mais baixas no fim do período ajudaram a diminuir a perda de umidade no solo e desaceleraram o desenvolvimento das lavouras, atrasando a maturação em algumas regiões.

No Centro-Oeste, a disponibilidade de água no solo diminuiu gradualmente, mas essa redução não foi tão acentuada devido à queda nas temperaturas e ao retorno das chuvas em algumas áreas no final do período. 

Figura 1.
Anomalia de precipitação acumulada entre 5 de maio e 3 de junho, em mm.

Fonte: NOAA

Figura 2.
Precipitação acumulada entre 5 de maio e 3 de junho, em mm.

Fonte: NOAA

Previsão do tempo para 11 a 16 de junho

No Norte do país, esperam-se condições favoráveis para a vegetação e o reabastecimento dos recursos hídricos com a alta precipitação, especialmente na região amazônica e na costa Norte. Essas regiões apresentarão acumulados de chuva entre 25 e 55mm. Logo, em áreas do Amapá, a precipitação pode ultrapassar 135mm, durante o período. 

Em contraste, o Centro-Oeste e Sudeste do Brasil experimentarão condições mais secas, com anomalias negativas significativas, o que pode impactar os cultivos em andamento. 

No Sul do Brasil, a precipitação será moderada a alta em algumas áreas, com anomalias positivas localizadas. Os acumulados de chuva podem ficar entre 15 e 95mm, no Rio Grande do Sul. 

Figura 3.
Previsão de precipitação acumulada entre 8 e 14 de junho, em mm.

Fonte: NOAA

Figura 4.
Anomalia de precipitação acumulada entre 8 e 14 de junho, em mm.

Fonte: NOAA



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