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Scot Consultoria

Brasil em chamas: seca e calor marcam a entrada em setembro


Sábado, 31 de agosto de 2024 - 06h00

Foto por: Scot Consultoria


Setembro começará com um cenário climático severo no Centro-Oeste, os estados enfrentarão uma drástica redução na umidade relativa do ar, que poderá ficar abaixo de 50,0%. As temperaturas devem ultrapassar os 28,0°C, agravando a seca e aumentando o risco de incêndios florestais. A escassez de chuva, com acumulados abaixo de 60mm, pode prejudicar as atividades agropecuárias.

No Nordeste, a situação não é menos preocupante. Bahia, Piauí e Pernambuco enfrentarão chuvas escassas e mal distribuídas, com acumulados que dificilmente ultrapassarão 50mm. A umidade relativa do ar será baixa, em torno de 50,0%, enquanto as temperaturas médias previstas superam os 28,0°C, criando um ambiente propício para a seca severa e para incêndios na vegetação. A agricultura de sequeiro, que depende das chuvas sazonais, será particularmente afetada, e as poucas chuvas na faixa litorânea não serão suficientes para aliviar a estiagem no interior.

A região Norte, tradicionalmente mais úmida, também sofrerá os efeitos da seca em setembro. Amazonas, Pará e Roraima terão chuvas concentradas no Oeste da região amazônica, enquanto o Leste continuará com precipitações abaixo do esperado. Apesar de a umidade relativa do ar ser maior que nas outras regiões, ainda estará abaixo dos níveis ideais em áreas no Pará e em Roraima, onde as temperaturas médias poderão ultrapassar os 28,0°C, elevando o risco de queimadas e impactos negativos na saúde pública.

No Sudeste, após focos de incêndios, a seca será menos intensa, mas ainda preocupante. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro apresentarão umidade relativa do ar reduzida, em torno de 60,0%, com temperaturas médias entre 22,0°C e 28,0°C. As chuvas se concentrarão nas áreas litorâneas, enquanto o interior permanecerá seco, com precipitações abaixo da média histórica. 

O estado de São Paulo registrou, até 24 de agosto de 2024, o maior número de focos de incêndio da série histórica do Inpe, com 5.278 ocorrências, número sete vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior. 

A região Sul será uma exceção no cenário climático adverso de setembro. Com temperaturas médias mais baixas, especialmente nas áreas serranas da Serra Catarinense e Serra Gaúcha, onde as temperaturas podem ficar abaixo de 16,0°C, a umidade relativa do ar será mais alta, entre 70,0% e 80,0%. As chuvas, embora dentro da média histórica, podem não ser suficientes para reverter a seca nas áreas mais afetadas, mas ajudarão a manter a umidade do solo em níveis adequados para a agricultura. 

Setembro será um mês de grandes desafios climáticos para grande parte do Brasil. O clima seco e quente, associado à redução da umidade relativa do ar e chuvas escassas, demandará atenção redobrada dos setores agrícola, de saúde pública e de gestão ambiental.

Figura 1.
Anomalia de precipitação (mm) para setembro de 2024.

Fonte: INMET

Figura 2.
Normais climatológicas, umidade relativa do ar (%) para o mês de setembro.

Fonte: INMET

Figura 3.
Temperatura média compensada (°C) para o mês de setembro de 2024.

Fonte: INMET


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