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Setembro escaldante: o Brasil no fogo cruzado do calor e da seca


Sábado, 7 de setembro de 2024 - 06h00

Foto: Bela Magrela


Setembro começa com condições climáticas extremas em diversas regiões do Brasil, caracterizadas por uma onda de calor intensa, baixa umidade relativa do ar e escassez de chuvas.

Região Norte

A região está entre as mais afetadas, com temperaturas que ultrapassam os 40°C, especialmente no Amazonas e Pará. A previsão de umidade relativa do ar mostra níveis críticos abaixo de 20,0% em várias áreas, o que agrava o risco de incêndios florestais. Chuvas pontuais são esperadas apenas em partes do Amazonas, mas os volumes são insuficientes para compensar a seca, o que pode resultar em impactos negativos na produção agrícola e no extrativismo. A cultura do açaí, por exemplo, pode sofrer com a falta de água, comprometendo a qualidade dos frutos.

Região Nordeste

No Nordeste, o cenário é igualmente desafiador. Estados como Maranhão e Piauí também registram temperaturas superiores a 40°C, com baixa umidade relativa do ar, especialmente no interior. As chuvas, já escassas, são previstas apenas na faixa litorânea, mas não serão suficientes para aliviar a seca no interior. A agricultura de sequeiro, que depende das chuvas sazonais, está sob grande risco, com culturas como milho e feijão enfrentando dificuldades para se desenvolver. A pecuária também sofre com a falta de água e pastagens secas, elevando os custos com suplementação alimentar.

Região Centro-Oeste

O Centro-Oeste do país é uma das regiões mais impactadas pela onda de calor. As temperaturas devem alcançar 40°C ou mais em várias áreas, como Mato Grosso e Goiás, com umidade relativa do ar caindo para níveis alarmantes, abaixo de 15,0% em muitos locais. Essa combinação de calor extremo e ar seco cria um ambiente propício para queimadas, além de dificultar o desenvolvimento das lavouras de soja e milho, que são fundamentais para a economia da região. A falta de chuvas, prevista para todo o mês de setembro, pode atrasar o início do plantio da safra de verão, comprometendo o calendário agrícola.

Região Sudeste

No Sudeste, as condições também são preocupantes, especialmente em Minas Gerais e São Paulo, onde as temperaturas podem chegar a 39-40°C, com umidade relativa do ar abaixo de 20,0%. Essas condições favorecem o surgimento de incêndios florestais, além de dificultar a manutenção das pastagens e o desenvolvimento de culturas como o café, que pode sofrer com a perda de qualidade devido ao estresse térmico. A previsão de chuvas é limitada ao litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, com o interior permanecendo seco, o que agrava ainda mais o cenário para a agricultura.

Região Sul

A região é a única que deve receber chuvas significativas durante setembro, especialmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As temperaturas também serão mais amenas em comparação com outras regiões, com máximas em torno de 28°C. No entanto, mesmo com a previsão de chuvas, o Sul não está totalmente imune aos impactos climáticos.

Em resumo, um mês de grandes desafios climáticos

Setembro apresenta um panorama climático desafiador para a agropecuária em todo o Brasil. Cada região enfrenta condições adversas específicas, seja devido ao calor extremo, à baixa umidade ou à falta de chuvas. As previsões indicam a necessidade de que os produtores adotem estratégias adaptativas para mitigar os impactos e assegurar a continuidade das atividades agrícolas e pecuárias. O acompanhamento constante das condições climáticas e a adaptação rápida às adversidades serão essenciais para minimizar as perdas ao longo deste mês marcado por extremos.

Figura 1.
Previsão de temperatura máxima (°C) para setembro.

Fonte: INMET

Figura 2.
Previsão de umidade relativa do ar (%) para setembro.

Fonte: INMET


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