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De olho no céu: chuvas chegam devagar, mas o calor não dá trégua!


Sábado, 5 de outubro de 2024 - 06h00

Foto: Bela Magrela


Outubro marca o início da estação chuvosa em várias regiões do Brasil, trazendo alívio para áreas que enfrentavam condições de secas prolongadas e temperaturas elevadas. A entrada gradual de chuvas começa a se consolidar, especialmente no Centro-Sul do país, criando expectativas positivas para o setor agrícola. De acordo com os dados do INMET, acerca do armazenamento de umidade, o armazenamento de água no solo ainda está abaixo de 40,0% em várias regiões, com a região Sul e parte do Norte apresentando os maiores índices de umidade (figura 1).

Enfrentando condições climáticas severas, a região Norte tem previsão de chuvas entre 50 e 75mm, especialmente no Amazonas e no oeste do Pará. Contudo, algumas áreas, como o Acre e o sul de Roraima, podem registrar déficit de chuvas, com anomalias negativas de até 25mm. As temperaturas continuam elevadas, com máximas acima de 40,0°C. A crise hídrica na região Norte continua impactando negativamente a agricultura local, exigindo ajustes no manejo.

Com condições de seca predominantes, o Nordeste deve receber chuvas entre 25 e 50mm em algumas áreas do litoral, como o Ceará e o Rio Grande do Norte. No entanto, o interior enfrenta um déficit de até 50mm. Até o final de outubro, espera-se melhora nas condições de umidade no leste da Bahia e no Maranhão, onde as chuvas poderão ser mais consistentes. As temperaturas elevadas e a irregularidade das chuvas criam desafios adicionais para o plantio de culturas de ciclo curto, como o feijão, que depende de maior regularidade hídrica.

A previsão para o Centro-Oeste indica o início das chuvas em Mato Grosso e em Goiás, com precipitações entre 50 e 75mm. O sul de Mato Grosso do Sul, no entanto, pode registrar anomalias negativas de até 25mm. As temperaturas, superando os 40,0°C, ainda são um desafio. A baixa umidade do solo torna a semeadura do milho e da soja extremamente arriscada na primeira quinzena de outubro. Apenas 1,0% das áreas de soja já foram semeadas em Mato Grosso, mas a recomendação é que o plantio seja feito apenas na segunda quinzena, quando as condições de umidade do solo deverão melhorar. As previsões para novembro são mais favoráveis, com chuvas acima da média, o que deve compensar o atraso no plantio.

Na região Sudeste, espera-se que as chuvas ocorram de forma isolada no Espírito Santo e no Rio de Janeiro, com volumes entre 50 e 75mm. Já em São Paulo e em Minas Gerais, os volumes devem ficar próximos da média histórica, variando entre 25 e 50mm. O avanço de frentes frias deve trazer alívio, particularmente nas regiões serranas, onde o clima será mais ameno. No entanto, a semeadura de milho no Sudeste ainda requer atenção, com produtores aguardando melhores condições de umidade no solo para evitar riscos de perda de lavoura.

A região Sul apresenta as melhores condições de precipitação, com áreas no Rio Grande do Sul podendo registrar chuvas acima de 100mm. Santa Catarina e Paraná devem receber entre 50 e 100mm, favorecendo a recuperação do solo e das pastagens. No Paraná, o plantio de milho e soja já está avançando, aproveitando a umidade adequada do solo. No entanto, as chuvas em excesso têm atrasado a semeadura do arroz no Rio Grande do Sul, causando preocupação para os produtores. O avanço de frentes frias mantém as temperaturas mais amenas em comparação com o restante do país, beneficiando a agricultura local.

A previsão para outubro aponta que as chuvas serão mais regulares durante a safra deste ano, ao contrário do ano anterior, marcado pelo El Niño. Contudo, algumas regiões ainda enfrentam anomalias negativas, com déficit de até 100mm no Norte e Nordeste. As precipitações mais intensas no Sul, com volumes acima de 100mm, são promissoras para o sucesso da safra, enquanto o Centro-Oeste e o Sudeste deverão registrar volumes dentro da média, criando boas condições para o plantio. O calor intenso continua sendo um fator limitante em várias áreas, especialmente no Norte e Centro-Oeste, com temperaturas acima da média para o trimestre. As previsões indicam que o atraso na semeadura pode ser compensado pelas chuvas de novembro, mas dezembro traz preocupações com chuvas abaixo da média, expondo as lavouras a maior estresse hídrico.

Figura 1.
Mapa de armazenamento de água no solo (percentual), realizado em setembro de 2024, válido para outubro de 2024.

Fonte. INMET

Figura 2.
Mapa de anomalias de precipitação (mm), atualizado em setembro de 2024, válido para outubro de 2024.

Fonte: INMET


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