Foto: Bela Magrela
As recentes precipitações têm se mostrado cruciais para a recuperação de pastagens em diversas regiões do país, abrangendo uma ampla faixa territorial. Contudo, a distribuição das chuvas tem sido desigual, com algumas áreas ainda sofrendo com a escassez hídrica. O oeste de Mato Grosso do Sul e o centro-norte do Nordeste, por exemplo, continuam necessitando de maiores volumes de chuva.
As previsões meteorológicas indicam um cenário favorável para o agronegócio, especialmente para a pecuária. A formação de nuvens carregadas em regiões como o Triângulo Mineiro, Rondônia e partes do Mato Grosso, contribui para aumentar a umidade do solo, proporcionando condições ideais para o desenvolvimento das pastagens.
A análise do mapa de umidade do solo revela uma melhora significativa, particularmente no Centro-Oeste e Sul, onde se observa uma coloração mais azulada, indicando maior umidade. No entanto, ainda existem áreas específicas, como o extremo oeste de Mato Grosso do Sul e o extremo Nordeste, que demandam chuvas adicionais para atender às necessidades hídricas. (Figura 1).
As projeções para os próximos quinze dias são otimistas, com expectativa de volumes significativos de chuva em estados como Mato Grosso e Goiás. Essas precipitações são essenciais para o desenvolvimento das atividades agrícolas, garantindo a produtividade e evitando o excesso de água, que pode prejudicar o manejo nas fazendas, especialmente durante a estação de monta. No norte do Pará, as chuvas também têm contribuído para o sucesso da safra, com registros de até 80mm em algumas localidades.
A dinâmica atmosférica é marcada pela influência de frentes frias e canais de umidade. Inicialmente posicionada entre Santa Catarina e o sul do Paraná, está se deslocando para o estado de São Paulo e a margem do Rio de Janeiro, provocando queda de temperatura, principalmente nas regiões serranas. As chuvas esperadas no Sudeste e Centro-Oeste, no entanto, não estão diretamente relacionadas à frente fria, mas sim à instabilidade termodinâmica e um canal de umidade que se conectará.
A interação entre a frente fria e o canal de umidade pode gerar um fenômeno conhecido como ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), caracterizado por um intenso transporte de umidade da Amazônia para o Centro-Sul. A ocorrência de um terceiro evento de ZCAS pode resultar em chuvas intensas e prolongadas nessas regiões.
Figura 1.
Análise da umidade do solo no Brasil (profundidade de 0,0 a 0,1 metros; 1,0 a 2,0 metros) - 12 de novembro.
Fonte: Centro de Meteorologia UNESP Bauru (IPMet).
Figura 2.
Previsão de chuva (11 a 18 de novembro de 2024).
Fonte: INMET
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