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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista Matheus Paranhos


Sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012 - 11h38

Nos dias 14 e 15 de março de 2012 acontecerá o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP. Mais informações em http://www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/ Um dos palestrantes será o zootecnista Matheus Paranhos, doutor em psicobiologia pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor assistente da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), pesquisador-visitante na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês) e membro de Comitê Consultivo em Educação e Bem-Estar Animal da Comissão Europeia. Sua palestra abordará o bem-estar e o manejo racional de bovinos. Para saber um pouco sobre o que será abordado na apresentação do Matheus, leia a entrevista que ele concedeu à Pamela Alves, analista júnior da Scot Consultoria. Entrevista Matheus Paranhos Scot Consultoria: São perceptíveis as aplicações dos conceitos de bem-estar animal no cotidiano das fazendas? Matheus Paranhos: Ainda não. A maioria das fazendas desenvolve os procedimentos de manejo de forma equivocada, com uso da força e sem controle das reações dos animais. Com a adoção dos conceitos de bem-estar animal a rotina de trabalho muda para melhor, exigindo menor esforço dos trabalhadores, reduzindo os riscos de acidentes de trabalho e minimizando o estresse para todos os envolvidos, humanos e animais. Scot Consultoria: O produtor já percebe a possibilidade do aumento do lucro através da utilização do manejo racional? Matheus Paranhos: É crescente o número de produtores atentos a essa possibilidade, aumentando muito a demanda por informações e treinamentos em relação ao manejo racional. Scot Consultoria: De que forma o estresse animal pode afetar a qualidade da carne? Matheus Paranhos: Há evidências dos efeitos negativos do estresse na qualidade de carnes, em particular com relação aos hematomas, resultantes de pancadas que os animais levam no corpo, que causam dor e perdas quantitativas e qualitativas de carne. Com relação ao estresse decorrente do esforço físico, que reduz as reservas de glicogênio muscular, que interfere negativamente na definição do pH da carne e aumenta o risco de carnes do tipo DFD (sigla em inglês para escura, dura e seca). Scot Consultoria: Quais os principais entraves para a adoção do manejo racional e bem-estar animal? Matheus Paranhos: A maior dificuldade é sensibilizar as pessoas sobre o tema, de tal forma que se comprometam com a promoção do bem-estar dos animais, independentemente da perspectiva de ganhos econômicos. Há também problemas de ordem gerencial, visto que a falta de controle e de informação muitas vezes dificulta mostrar as vantagens da adoção das boas práticas de manejo. Scot Consultoria: Qual o impacto do estresse no manejo reprodutivo, principalmente para o pecuarista que trabalha com cria? Matheus Paranhos: O impacto do estresse nas funções reprodutivas é muito marcante, podendo resultar em perda de libido nos machos, inibição das ondas foliculares nas fêmeas, absorção embrionária e, nos casos mais graves, em aborto. Além, de aumentar a ocorrência de cio silencioso e maior dificuldade para realizar a inseminação artificial, em decorrência da maior reatividade das vacas.
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