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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista Alcides Torres


Terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 - 09h36

Nos dias 14 e 15 de março de 2012 acontecerá o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP. Mais informações em http://www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento/ Um dos palestrantes será o engenheiro agrônomo Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria. Sua palestra abordará a construção da pecuária desde os primórdios no Brasil, a profissionalização do pecuarista e da indústria, criação do hábito de consumo, a conquista dos mercados doméstico e externo, geração de riqueza e PIB e perspectivas para o mercado do boi gordo em 2012. Para saber um pouco sobre o que será abordado na apresentação do Alcides, leia a entrevista que ele concedeu a Pamela Alves, analista júnior da Scot Consultoria. Entrevista Alcides Torres Scot Consultoria: As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano são de aumento em comparação com 2011. Qual sua opinião sobre o assunto, visto que a crise econômica está longe do desfecho? Alcides Torres: O PIB é calculado através da seguinte fórmula: consumo privado + investimentos totais + gastos do governo + exportações – importações. O Produto Interno Bruto mede o crescimento econômico. A previsão de crescimento é de 3,3% em relação a 2011. É uma previsão conservadora, onde já está embutida a crise econômica. A vantagem desse número é que ele é positivo. A desvantagem é que ele não é muito expressivo, considerando os países de porte semelhante ao do Brasil. Acho que essa meta é possível, porém ela só é factível em função do desempenho do agronegócio. Sem ele, seria uma miragem. Scot Consultoria: Como o pecuarista e o frigorífico têm se preparado para enfrentar as pressões econômicas e também as questões ambientais? Alcides Torres: Pressão econômica se resolve com caixa reforçado. Caixa reforçado é uma estratégia possível somente para o pecuarista, e a duras penas. O frigorífico trabalha adiando as dívidas e, isso só é possível se os investidores acreditarem na capacidade de pagamento de juros da rolagem dessa dívida, o que significa que o frigorífico, frente às pressões econômicas que assombram o mercado, tem se livrado das dívidas de curto prazo. O pecuarista não tem contraído dívidas. Com relação às questões ambientais, deve-se aguardar a decisão do Congresso Brasileiro. Da forma como está, toda a produção rural brasileira está condenada à clandestinidade. Scot Consultoria: O que o crescimento da população mundial e aumento da demanda por alimentos podem impactar nas exportações brasileiras? Alcides Torres: Esse cenário é positivo. Aumento do consumo de alimentos num mundo ainda famélico é sempre uma boa notícia. Melhoram os índices de desenvolvimento humano. Mas, a questão não está na produção, e sim na distribuição. Onde impera a fome, impera também o desgoverno, a falta de infraestrutura e a ignorância. O Brasil, se competente, pode usufruir continuamente desse fenômeno, mas teremos que reduzir os nossos custos, traduzidos por estradas ruins, portos congestionados, déficit de armazéns, impostos, burocracia, etc. Do ponto de vista da produção, reunimos condições para atender a demanda global por alimentos, pois detemos boas condições de solo, clima e água. Sabemos também como produzir nos trópicos. Aliás, somos especialistas nisso. Por enquanto, apesar de todas as adversidades temos indo bem, mas é bom não esquecer que não é só o Brasil que é abençoado com condições favoráveis para a produção de alimentos. Outras nações também podem suprir essa demanda. Scot Consultoria: Quais os principais entraves às exportações brasileiras atualmente? Alcides Torres: A exportação de carne bovina vai bem, obrigado. Apesar disso há entraves. Os clássicos, referentes às barreiras impostas em função do status sanitário do Brasil quanto à febre aftosa. Em função disso, não fornecemos carne para mercados que pagam bem, como os EUA, Japão, Coréia do Sul e outros. Há também o protecionismo imposto pela União Europeia, cujo objetivo foi restringir o impacto da carne brasileira no mercado europeu, viabilizando artificialmente pecuaristas incompetentes na Irlanda, França, Áustria, etc. Há ainda problemas de origem burocrática, como, por exemplo, definir métodos de controle sanitário, de resíduos de medicamentos e outros. Mas o que definitivamente pode comprometer a exportação de carne bovina é o consumo interno que tende a crescer em função do aumento da renda doméstica. Nada demais. Os EUA têm um grande consumo, são grandes exportadores e grandes importadores. Temos como fazer isso também. A crise global pode afetar a exportação de carne. E a política cambial também. Scot Consultoria: Baseado no comportamento do boi gordo nos últimos anos pode haver uma inversão de ciclo em 2012? Alcides Torres: Acho que o termo inversão de ciclo é muito forte. Os preços recebidos pela arroba do boi gordo estão declinando desde o segundo semestre do ano passado. Talvez esse cenário e o incremento da participação de fêmeas nos abates de bovinos nos primeiros três trimestres de 2011 sejam indicações de que a melhor temporada de preços tenha ficado para trás. Se ficou mesmo, acredito que essa “inversão” aconteça de maneira diferente do que aconteceu no passado. Acho que as variações serão mais conservadoras, com menos sobressaltos, mais lineares. Grandes amplitudes de preço somente na boca da seca e quando terminam os bois confinados. Sazonais.
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