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Scot Consultoria

Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria – Tec- Fértil entrevista o zootecnista e professor da Unesp Jaboticabal, Ricardo Andrade Reis


Quinta-feira, 15 de agosto de 2013 - 11h03

A necessidade de produzir mais em menos área é uma realidade para a pecuária brasileira. O mercado e a legislação ambiental conduzem para essa estratégia.

Em função deste cenário é que nos dias 25 e 26 de setembro acontecerá em Ribeirão Preto-SP o Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria - Tec- Fértil.

Para maiores informações acesse www.encontrodepastagem.com.br.

O zootecnista e professor da Unesp Jaboticabal, Ricardo Andrade Reis, será um dos palestrantes.

Sua palestra abordará "Eficiência do uso do pasto na engorda de bovinos".

Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Adubação de Pastagens.

 

 

Entrevista com Ricardo Andrade Reis


Scot Consultoria: Quais as técnicas de manejo que mais contribuem para a eficiência da adubação de pastagens?

Ricardo Reis: A análise do solo é fundamental para diagnosticar qual fertilizante e qual dose devem ser aplicadas, sendo que, a análise foliar da planta forrageira também pode auxiliar na determinação dos nutrientes limitantes. O momento correto e o modo de aplicação também são fundamentais para eficiência do produto aplicado. Podemos citar como exemplo a ureia, fonte de nitrogênio que deve ser aplicada antes das chuvas para evitar perdas por volatilização, e com o número de aplicações parcelado no maior número de vezes possível. O manejo do pastejo, ou seja, a forma de conduzir a colheita de forragem pelos bovinos em uma determinada área de pastagens é fundamental no sucesso da aplicação de fertilizantes, pois a massa de forragem no momento da aplicação, bem como as características do dossel, será impactante na eficiência de utilização dos nutrientes aplicados, e, consequentemente, na resposta da planta quanto ao acúmulo de massa de forragem. De modo geral, pastos com elevada massa de resíduo pós pastejo podem utilizar o nitrogênio aplicado para decomposição da massa de forragem senescente, onde a resposta no acúmulo de novos tecidos será comprometida.

 

Scot Consultoria: Quais as vantagens e desvantagens dos sistemas com lotação contínua e com lotação intermitente?

Ricardo Reis: Sistemas de lotação contínua apresentam reduzidos custos com implantação de cercas quando comparados com outros sistemas, e consequentemente menores custos com depreciação de instalações. Quando este sistema é utilizado com ajuste de taxa de lotação (lotação variável) em função da disponibilidade de forragem, é possível atingir elevados índices de eficiência de pastejo, com manejo relativamente simples. As principais desvantagens são observadas com a dificuldade de estabelecer pastejo uniforme, onde algumas regiões são super pastejadas, outras sub pastejadas. Em sistemas com alta frequência de desfolhação, existe alto índice de morte de perfilhos por pastejo, e aumento no tempo de recuperação, ocasionando redução na massa e valor nutritivo da forragem. No sistema de lotação intermitente (rotacionado) tem-se o maior controle da intensidade de pastejo e das condições de rebrota, aumentando a eficiência de utilização da forragem disponível.

 

Scot Consultoria: Quais os principais impactos ambientais causados pela intensificação do pastejo?

Ricardo Reis: Do ponto de vista da emissão de gases de efeito estufa, notadamente a do metano pelos bovinos, ao intensificar um sistema, e proporcionar desempenho mais elevado com o uso de dietas balanceadas, podemos reduzir as perdas pela fermentação entérica, com aumento da digestibilidade dos alimentos fornecidos. Este fator resulta diretamente na redução da emissão do gás metano (CH4). Mesmo que o aumento na taxa de lotação de uma pastagem possa aumentar a produção de metano por hectare, a relação de metano por quilograma de produto será favorável em sistemas mais intensificados, pelo aumento na eficiência de uso dos alimentos disponíveis, convertidos em quilogramas de carcaça. A mesma lógica deve ser utilizada para a produção de forragem, em relação ao uso do dióxido de carbono (CO2) atmosférico, onde, para aumento nas taxas de acúmulo da forragem, as plantas aumentam o sequestro do CO2 atmosférico para síntese de novos tecidos vegetais. Em relação à excreção de N2O, tem-se a possibilidade de diminuir a excreção ao utilizar dietas mais equilibradas em termos de proteína e energia, elevando assim a síntese de proteína microbiana, e consequentemente o desempenho animal. Não podemos esquecer que a produção pecuária em pastagens, nada mais é do que a transformação, e síntese de proteína de origem animal pelos bovinos após a ingestão de vegetais, que foram originários de compostos atmosféricos como a água, carbono, nitrogênio e oxigênio.

 

Scot Consultoria: Quais são os nutrientes mais limitantes para o aumento da produtividade nas pastagens? Essa limitação varia para pastejo intensivo e extensivo?

Ricardo Reis: Na maioria das propriedades brasileiras onde ocorre baixo acúmulo de forragem, podemos atribuir este fato às deficiências no manejo do pastejo, associada ao desbalanço químico no solo, o que compromete a assimilação de nutrientes pela forragem, além da escassez de alguns nutrientes específicos. Podemos citar entre os nutrientes mais limitantes o nitrogênio, fósforo e potássio. Os índices produtivos e taxas de acúmulo da forragem são importantes do ponto de vista da reposição de nutrientes, onde quanto maior for a extração de nutrientes (sistemas mais intensificados), maior deverá ser a quantidade de nutrientes repostos no sistema.


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