O Confinamento de bovinos não é essencial para o sucesso na pecuária, mas ajuda muito. Sucesso, grana, produtividade e racionalização. Na pecuária de corte tudo isso é possível, mas fica mais possível com o confinamento de bovinos.
O Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, que já é tradição no mês de abril entre os confinadores, apresenta a cada ano algo diferente. Em 2014 inovamos o modelo de palestras, para tornar o evento ainda mais dinâmico e interativo.
O Encontro acontecerá nos dias 23 e 24 de abril no Centro de Convenções de Ribeirão Preto-SP. No dia 25 de abril ocorrerá uma visita técnica opcional ao Confinamento Monte Alegre em Barretos-SP.
Para maiores informações acesse www.encontroconfinamento.com.br.
Um dos palestrantes será Wagner Pires, engenheiro agrônomo, especialista em pastagens e sócio proprietário da empresa Wagner Pires, Consultoria & Treinamentos.
Sua palestra abordará o tema "Como a pastagem pode influenciar no desempenho do confinamento".
Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Confinamento da Scot Consultoria.
Entrevista com Wagner Pires
Scot Consultoria: Quais as principais características que devem ser levadas em conta para a escolha dos bovinos a pasto destinados à terminação em confinamento?
Wagner Pires: A escolha do bovino está ligada diretamente à sua adaptabilidade ao clima da região e principalmente à forma de se manejar o animal. Hoje dispomos de excelentes raças e cruzamentos, mas o que não podemos fugir é do conceito de que "a raça entra pela boca". A raça deve apresentar uma boa conversão alimentar e rusticidade, pois quanto mais exigente, maior o risco de insucesso. O clima, atualmente, é um dos principais fatores a ser analisado.
Scot Consultoria: Qual o impacto de se tratar o bovino com suplementação a pasto no período que antecede o confinamento? É rentável? Qual o período que essa adaptação deve acontecer?
Wagner Pires: Recomendo a suplementação a pasto quando este não está suprindo as necessidades do animal em termos quantitativos e qualitativos. Entretanto, os custos devem ser analisados detalhadamente, visto que, se a operação se paga com a degradação da pastagem sendo evitada, a suplementação é viável. Eu recomendaria a suplementação já no período da seca e, principalmente, caso a pastagem não esteja respondendo às necessidades do rebanho. Lembrando que devemos levar em consideração a infraestrutura da propriedade (máquinas, mão de obra, alimento, etc...).
Scot Consultoria: Existe algum tipo de forragem que é mais recomendada para a recria de bovinos que irão para o confinamento?
Wagner Pires: Quanto melhor for a forrageira em termos de proteína, digestibilidade, produção de massa e resposta, melhor a intensificação. O confinamento é o suprassumo dessa intensificação, mas, de nada adianta termos um bom confinamento, se as pastagens estão medianas. Isso irá gerar animais abaixo do ideal. Hoje temos gramíneas de excelente potencial de produção, inclusive materiais híbridos com potencial para intensificação diferenciado.
Scot Consultoria: Quais os principais tópicos que serão abordados na sua palestra?
Wagner Pires: Avaliaremos o animal procedente de uma pastagem de baixa e alta qualidade. Veremos que o período de adaptação é totalmente diferente.
Outro ponto importante é a sanidade da pastagem, ou seja, animais procedentes de pastagens livres de invasoras, principalmente invasoras espinhosas e tóxicas, apresentam resultados diferentes.
Quanto melhor for a pastagem que origina o rebanho, mais desafiador será o confinamento, pois o animal irá chegar ao cocho com boa estrutura corpórea e, por consequência, irá apresentar um melhor resultado.
Se considerarmos dois rebanhos geneticamente semelhantes, sendo que um é proveniente de uma pastagem fraca e outro de uma ótima pastagem, com certeza o resultado do rebanho que veio da melhor pastagem irá dar um resultado mais satisfatório, com um menor custo.
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