"São dois os principais indicativos [de que a gestão precisa ser ajustada]. O primeiro é a baixa satisfação do proprietário do projeto com relação aos resultados produtivos (produção de @/ha/ano) e financeiros (lucro em R$/ha/ano)."
"...O segundo é o grau de satisfação dos colaboradores, o que é externado pelo nível de rotatividade da equipe. Ninguém gosta de trabalhar numa empresa sem gestão, e na primeira oportunidade, costuma "deixar o barco". Se isto estiver ocorrendo, sinal amarelo."
Esta é a opinião do médico veterinário e gerente executivo de pecuária da Fazenda Marca e Buritis, Rodrigo Albuquerque.
Rodrigo será um dos palestrantes do Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, que acontece de 12 a 15 de abril, em Ribeirão Preto-SP.
Para mais informações acesse www.confinamentoerecria.com.br ou ligue para 17 3343 5111.
Confira a entrevista na íntegra:
Scot Consultoria: Qual é o primeiro passo para o pecuarista que não tem controle nenhum sobre a gestão da fazenda começar a implementá-la?
Rodrigo Albuquerque: O passo mais importante é assumir esta decisão frente aos funcionários e, sobretudo, engajá-los no tema. Quem não tem controle nenhum sobre a gestão e quer implementar certamente não vai fazer isto sozinho e dependerá da anotação/envio das informações que serão consolidadas em indicadores de performance produtivos e financeiros, por parte de seus colaboradores. Além da demanda para tanto, a cultura dos seus colaboradores é algo que será colocada em xeque. Desta forma, uma reunião com a explicação do motivo, do procedimento da coleta das informações, de como serão analisadas e do benefício que esta nova estruturação de trabalho poderá levar, é o primeiro e mais importante passo para o êxito desta empreita.
Scot Consultoria: Quais são os indicativos mais comuns de que o rumo da gestão precisa ser ajustada?
Rodrigo Albuquerque: São dois os principais indicativos. O primeiro é a baixa satisfação do proprietário do projeto com relação aos resultados produtivos (produção de @/ha/ano) e financeiros (lucro em R$/ha/ano). Alterações de direcionamento de gestão impactam muito as rotinas de trabalho de todos os colaboradores da empresa. Portanto, uma decisão no sentido de promover alteração de rumo de gestão só será executada se houver entendimento por parte de todos os setores da empresa rural no sentido de compreender que a mudança é necessária, o que é iniciado somente pela mola propulsora do empresário rural.
O segundo é o grau de satisfação dos colaboradores, o que é externado pelo nível de rotatividade da equipe. Ninguém gosta de trabalhar numa empresa sem gestão, e na primeira oportunidade, costuma "deixar o barco". Se isto estiver ocorrendo, sinal amarelo.
Scot Consultoria: Que correções são mais difíceis de serem feitas em uma propriedade? Frente a que tipos de ajuste os pecuaristas são mais reticentes?
Rodrigo Albuquerque: As correções mais difíceis são aquelas que envolvem alteração de comportamento/cultura. Processos de coletas de dados deixam os processos produtivos e administrativos mais morosos no seu início, necessitando grande capacidade de assumir novas tarefas/procedimentos. As novas tarefas que estiverem em sentido contrário a rotinas de décadas (fato não incomum), são as mais difíceis de serem implementadas em uma propriedade. Por parte dos pecuaristas, ajustes no universo produtivo são mais fáceis de serem implantados. Porém, ajustes no financeiro encontram mais resistência, notadamente quanto à apuração de custos variáveis, custos fixos e despesas. Normalmente, fazendeiros têm relativamente bons processos produtivos convivendo com fracos sistemas de apuração de custos e, em última instância, resultados financeiros. Definitivamente os pecuaristas são reticentes, na maioria dos casos, a implantar um bom controle de gestão financeira.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos