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Scot Consultoria

Diante do atual cenário econômico brasileiro, como estão as exportações de carne bovina e quais as expectativas para o segundo semestre?


Sexta-feira, 3 de junho de 2016 - 05h55

Flávio Abdo é economista, pecuarista e analista de mercado. Falou com a Scot Consultoria sobre o que espera para o segundo semestre.

Scot Consultoria: Diante do cenário atual, de matéria-prima escassa e “cara”, e dificuldade de repasse à carne bovina, qual a saída para os frigoríficos trabalharem melhor suas margens nas operações de mercado interno?

Flávio Abdo: Acredito que o principal foco será o ajuste dos abates. Algumas plantas já estão fazendo isso.

Os frigoríficos menores, que são focados no mercado interno, devem sofrer grande redução no volume de abates, algumas plantas devem fechar as portas. Este fato, na minha visão, deve equalizar o mercado.

Scot Consultoria: O senhor acredita que em 2017 o ciclo pecuário entre em um momento de baixa de preços, com matéria prima mais barata e em maior quantidade?

Flávio Abdo: A probabilidade de isto realmente acontecer é gigantesca. Já podemos ver um aumento da oferta de animais de reposição, para quem trabalha com recria e engorda. Os preços do bezerro desmamado estão caindo.

Acredito também que em 2017 deva ocorrer um aumento significativo no abate de fêmeas, e com isso, aumento na oferta de animais terminados.

Em contrapartida, se isso acontecer, e o mercado conseguir se habituar principalmente à demanda externa, abrindo novos mercados, podemos voltar a ter plantas frigoríficas voltando a funcionar.

Scot Consultoria: Nas exportações em 2016, qual tem sido a importância da China como compradora? Acredita que o país possa ocupar o lugar da Rússia como líder nas compras de carne bovina brasileira nos próximos anos?

Flávio Abdo: Isso não só vai acontecer como já está acontecendo. Porém, o grande defeito do Brasil é ficar dependendo de um único mercado. Em minha opinião, o foco é abrir novos mercados e não depender somente de um grande comprador.

Scot Consultoria: O crescimento da China como compradora da carne nacional ocorrerá, exclusivamente, a medida que Hong Kong diminuir as remessas negociadas?

Flávio Abdo: Com a China, qualquer melhora de compras acaba sendo bem significativa. É um mercado que tem muito a demandar da carne brasileira e o Brasil ainda é muito competitivo em termos de preços mundiais.

A cultura na China tem mudado, a população está “aprendendo” a comer carne bovina.

A tendência da demanda é crescer, e como eles não têm condição de produzir, terão que importar.

Scot Consultoria: Por fim, quais suas expectativas quanto às exportações de carne bovina no segundo semestre?

Flávio Abdo: Acredito que o segundo semestre será difícil. Temos dados da FAO, do Banco Mundial, prevendo um crescimento menor que o esperado não só no Brasil, como no mundo.

Porém, acredito que as exportações brasileiras de carne bovina irão crescer, pois o mercado interno não terá condição de trabalhar nos preços atuais no mercado do boi e da carne.


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