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Scot Consultoria

O início de um projeto de pecuária leiteira


Terça-feira, 23 de agosto de 2016 - 12h00

O Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria acontecerá dias 29 e 30 de setembro. No dia 29, ocorrerão as palestras, em Ribeirão Preto-SP, e no dia 30, haverá uma visita técnica à sede da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos-SP, e à Fazenda Limoeiro, em Luis Antonio-SP.

Para mais informações, acesse www.scotconsultoria.com.br/encontros ou ligue para 17 3343 5111.

A Scot Consultoria conversou com o engenheiro agrônomo Marcos Seabra, proprietário da Fazenda Limoeiro. Neste bate papo, Marcos nos contou como foi o começo na atividade leiteira, o ingresso no Projeto Balde Cheio, além de nos dar um panorama geral sobre a produção na fazenda.

Confira na íntegra:

Scot Consultoria: A sua propriedade, historicamente, foi produtora de café e, atualmente, produz cana-de-açúcar em quase sua totalidade. Por que a decisão de começar a produzir leite?

Marcos Seabra: É uma historia que começou em 2014, um amigo se inscreveu para o Encontro da Pecuária Leiteira da Scot Consultoria e me convidou para participar com ele, nós fizemos o curso e fomos à visita técnica, na Fazenda Nata da Serra (propriedade produtora de leite orgânico com alta produtividade, que está sob a tutela do Projeto Balde Cheio), em Serra Negra-SP. Depois daquelas palestras, comecei a me interessar pelo leite e achei uma boa alternativa para utilização da área restante da minha fazenda. Na verdade tudo começou pela palestra da Scot Consultoria.

Scot Consultoria: Conte um pouco sobre o ingresso no Projeto Balde Cheio? Como foi o primeiro contato e qual a motivação de entrar no projeto?

Marcos Seabra: Esse mesmo amigo que me convidou para participar do evento da Scot Consultoria, já participava do projeto Balde Cheio, na cidade de Araguaína–TO. A partir disso, um outro amigo me colocou em contato com o Artur Chinelato. Nós fomos visitar a sede da Embrapa Pecuária Sudeste (que também será visitada no Encontro deste ano), em São Carlos-SP, e conhecemos o Artur, que, por sua vez, me passou uma lista de fazendas que faziam parte do projeto. Nós visitamos parte delas e decidimos entrar no Projeto.

Scot Consultoria: Falando agora sobre a fazenda, qual o tamanho da área dedicada à atividade pecuária? O senhor optou por utilizar qual raça de vacas leiteiras? Dê um panorama geral de como funciona a produção na propriedade?

Marcos Seabra: É uma área de 42 hectares e, como eu não tinha conhecimento nenhum da atividade, precisei ir atrás da compra dos animais. Achei o valor desses animais bem caro. Além disso, a qualidade destes não estava muito boa. Percebi que os bons não estavam à venda. A dificuldade para adquiri-los foi grande, tanto que continuo comprando até hoje. A raça que utilizo, atualmente, é Girolando 3/4 ou 5/8.  

Em setembro, faz um ano que começamos o projeto. Além disso, foi em outubro de 2015 que iniciou-se o fornecimento de leite para um laticínio. Atualmente, produzimos 600l/dia. Entretanto, devido à seca, que trouxe muitos problemas na alimentação dos animais, a nossa média caiu muito ultimamente. O nosso sistema é baseado nas informações do Projeto Balde Cheio. Mas, é interessante dizer que a bezerreira da propriedade, por exemplo, foi baseada no modelo utilizado no sistema argentino. Eu não queria usar sistema de bezerro ao pé.

Scot Consultoria: Ainda existe muita coisa a melhorar na propriedade? Fale um pouco sobre melhorias futuras no processo produtivo que o senhor julga indispensável?

Marcos Seabra: Acho que nunca se pode parar, sempre há a necessidade de buscar coisas novas, mas, para o futuro, gostaria de aumentar a área de pasto irrigado. Atualmente, a fazenda possui 6 hectares com este manejo, e a ideia é ter mais 8 ha. Gostaria também de melhorar a média de produtividade das minhas vacas, ao longo do tempo. A reprodução eu creio que já está boa e, em relação ao manejo de pastagens, devido aos pastos serem muito novos, ainda há espaço para melhoras.

Scot Consultoria: Falando sobre o investimento no projeto de pecuária leiteira, foram utilizados recursos próprios, advindos da própria produção da fazenda, ou contou com a ajuda de outro tipo de financiamento?

Marcos Seabra: Foram utilizados recursos próprios. Foi com recursos da venda do meu gado Nelore que comecei a atividade leiteira.

Scot Consultoria: Quais os principais obstáculos que o senhor encontrou na implantação do projeto?

Marcos Seabra: O que eu achei mais difícil foi a compra de animais, eu vi e fui atrás de muita coisa. Tinha muitos animais caros que não eram bons. Existiam os bons também, mas que, financeiramente, não era viável para mim. Além disso, eu não podia comprar animais de alta produção visto que a minha pastagem não era de boa qualidade. Não tive muitos obstáculos, muita gente fala que mão de obra é difícil, mas eu não tive problemas com isso, a equipe atual da fazenda está comigo desde o começo do projeto e não tenho do que reclamar.

Scot Consultoria: Se fosse pra citar um ponto forte do seu projeto leiteiro, qual seria?

Marcos Seabra: Minha equipe, o fator humano da minha propriedade, é muito forte. Eu não faria nada sozinho, isto me ajuda muito e está cada vez melhor. O pessoal ligado ao leite e o técnico do balde cheio estão falando a “mesma língua”. O respeito por este último é muito grande, faço sempre o que ele manda, já que ainda estou começando na atividade. Na parte de reprodução, meu veterinário também se empenha bastante para atingirmos o sucesso e é por isso que esse fator humano está sendo muito importante pra mim e é o que me traz satisfação por ter implantado o projeto.

Além disso, entra também toda a parte da historia da fazenda, o porquê da implantação desse projeto.

Tudo foi idealizado pelo meu pai na década de 80, depois que ele visitou a Embrapa de Coronel Pacheco, esse projeto nada mais é que uma ideia dele. Infelizmente, ele não conseguiu coloca-lo em prática, devido aos problemas financeiros da atividade na época.

Então eu usei a ideia dele, respeitando-a, e isso veio a “casar certinho” com o projeto atual.


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