Adilson Aguiar, professor da FAZU e consultor da CONSUPEC, será um dos palestrantes do Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria, que acontecerá nos dia 27 e 28 de setembro, em Ribeirão Preto-SP.
Para mais informações acesse http://www.scotconsultoria.com.br/encontros/ ou ligue para 17 3343 5111.
Confira a entrevista na íntegra:
Scot Consultoria: Quais são as principais dificuldades encontradas no manejo da fertilidade de solos sob pastagem, tanto pelos técnicos quanto pelos pecuaristas?
Adilson Aguiar: A primeira dificuldade encontrada pelo técnico é o descrédito da maioria dos pecuaristas em relação à adoção de práticas de manejo da fertilidade de solos da pastagem. Os conceitos que eles têm são de que a tecnologia não é economicamente viável e sua adoção é difícil em nível de fazenda comercial. Neste sentido estou me referindo particularmente a produtores de carne, já que a adoção de práticas de correção e adubação do solo da pastagem é mais comum entre os produtores de leite.
Agora considerando aquele produtor que já decidiu por adotar tal tecnologia, ou mesmo que já a vem adotando, as dificuldades encontradas pelo técnico são as seguintes:
· falta de análises de solos;
· amostragem de solo incorreta;
· análises de solos incompletas;
· erros nas análises de solos cometidos durante a análise no laboratório;
· erros na interpretação dos resultados das análises de solos;
· erros nas recomendações de correção e adubação;
· falta de planejamento para a execução de um programa de manejo da fertilidade do solo, ou erros na execução do planejado;
· erros na escolha das fontes de corretivos e adubos;
· erros na aplicação dos corretivos e adubos;
· baixa eficiência de colheita da forragem produzida na pastagem intensificada;
· colheita de forragem de baixa qualidade;
· baixa eficiência alimentar por erros no processo de colheita da forragem ou pela colheita da forragem por animais de baixo mérito genético;
Em consequência de mais de um destes erros ou de todos, os resultados econômicos da adoção de tais tecnologias podem ser negativos, frustrar o pecuarista e sua equipe e levar a tecnologia ao descrédito, ou seja, “queimar a tecnologia”.
Scot Consultoria: Em sua opinião, ainda falta muito para a pecuária atingir os mesmos níveis tecnológicos que a agricultura? A pecuária ainda está muito “atrás”?
Adilson Aguiar: Sim, particularmente nas práticas de correção e adubação do solo, ou seja, na adoção do manejo da fertilidade do solo. As pastagens brasileiras ocupam áreas próximas a 20,0% da área do território e 78,0% da área agricultável do país. Por outro lado, consomem apenas 1,5% dos fertilizantes comercializados anualmente, o que é um paradoxo. Estes números caracterizam a atividade de pecuária como extrativista. No entanto, desde que comecei a minha carreira, em 1991, tenho presenciado um interesse crescente sobre tecnologia como também a sua adoção por parte de pecuaristas em todas as regiões do país, numa diversidade enorme de sistemas de produção.
Scot Consultoria: Quais são os benefícios atingidos por meio da adoção da técnica de manejo da fertilidade do solo?
Adilson Aguiar: São muitas as dimensões trazidas pelas vantagens da adoção da tecnologia de manejo da fertilidade do solo da pastagem:
Pela dimensão técnica temos como vantagens o aumento na produção e qualidade da forragem produzida e consumida pelos animais; o aumento da capacidade de suporte da pastagem (mais unidades animais por hectare); aumento no desempenho individual dos animais (maiores ganhos de peso e produção de leite por animal); o aumento da produtividade por hectare; o aumento da tolerância da planta forrageira a estresses abióticos (extremos de temperatura e de umidade) e bióticos (pragas e doenças); o aumento da competição entre planta invasora e planta forrageira.
Pela dimensão econômica, com o aumento da produtividade se diluem custos fixos, despesas administrativas e custos variáveis indiretos, itens estes de valores expressivos nas fazendas de pecuária; aumento da receita e do lucro por hectare e da fazenda, viabilizando economicamente a atividade e a tornando mais competitiva com alternativas de uso do solo e com outras opções de investimentos.
Pela dimensão ambiental, com o aumento da produtividade da terra da pastagem há o “efeito poupa terra” já que, dependendo do nível tecnológico adotado, digo, doses de corretivos e adubos, é possível substituir entre 2,0 a até 28,0 hectares de pastagens não intensificadas considerando o parâmetro “produtividade” e entre 1,7 a 11,0, considerando o parâmetro “lucro por hectare”.
Scot Consultoria: Adilson, para finalizar, faça um breve comentário sobre sua palestra no Encontro de Adubação de Pastagens, que acontecerá no dia 28 de setembro.
Adilson Aguiar: Nesta palestra eu abordarei o tema “Bases técnicas e econômicas para o manejo da fertilidade do solo sob a pastagem”. Este tema será destinado a três tipos de público alvo: aquele que não tem interesse em adotar a tecnologia de correção e adubação do solo da pastagem e é cético quanto a sua viabilidade econômica; aquele outro que tem interesse em adotar a tecnologia, mas é cético quanto à viabilidade econômica e aquele que já adota a tecnologia, mas sem embasamento científico, executando o programa sem embasamento técnico.
Para abordar o embasamento técnico, vou apresentar os principais erros cometidos e como evitar ou solucionar estes erros e quais os impactos da adoção correta do programa.
Já para abordar o embasamento econômico, vou apresentar os resultados que têm sido alcançados nas fazendas comerciais.
Receba nossos relatórios diários e gratuitos