Foto: ruralpecuária.com.br
O plantio direto é uma tecnologia muito utilizada atualmente no campo, que viabiliza o plantio em meio a palhada da cultura anterior, sem o revolvimento do solo com aragem ou gradagem. Com a implantação do sistema, o produtor consegue ter um bom manejo e conservação do solo, evitando erosões e tendo bom aproveitamento da matéria orgânica.
O professor da Unesp de Botucatu de mecanização agrícola, Paulo Arbex, engenheiro agrônomo formado pela FCA Unesp Botucatu, com mestrado e doutorado em energia na agricultura pela mesma instituição, conversou um pouco sobre o tema com a Scot Consultoria e passou algumas dicas e cuidados aos produtores.
Confira a entrevista abaixo:
Scot Consultoria: Quais as principais vantagens para utilização do sistema de plantio direto?
Paulo Arbex: As principais vantagens são:
- Aumento da matéria orgânica do solo;
- Redução da desagregação do solo e diminuição da erosão;
- Rotação de culturas com diminuição de pressão de pragas e doenças.
Scot Consultoria: Podemos dizer que a agricultura brasileira evolui graças a utilização do plantio direto? Qual o maior desafio da indústria de máquinas e implementos quando se trata da evolução do plantio direto no Brasil?
Paulo Arbex: Sem dúvida a agricultura brasileira evoluiu devido ao aumento da área plantada em sistema de plantio direto. Baseado nisso o produtor teve que se capacitar para aderir ao sistema também.
Os maiores desafios da indústria de máquinas e implementos são dois: produção de máquinas capazes de fazer uma dessecação correta da palha e máquinas que consigam fazer o corte da palha para o plantio de forma eficiente.
Scot Consultoria: Existe algum tipo de restrição quanto ao tipo de solo para a utilização de semeadoras para plantio direto?
Paulo Arbex: Não há restrição, porém em solos argilosos há uma maior possibilidade de embuchamento da máquina, principalmente quando se trabalha com alta umidade do solo.
Scot Consultoria: Qual o maior erro que o produtor pode cometer no manejo do plantio direto?
Paulo Arbex: O maior erro que o produtor pode cometer é achar que o plantio direto faz milagre, ou seja, achar que é só dessecar a palha e entrar plantando. Isto é um erro muito grave.
O sistema de plantio direto, como o próprio nome diz, é um sistema; então não é uma atividade isolada, sendo que deve ser observado a parte física do solo (não deve haver compactação), deve-se fazer rotação de culturas, dessecação bem feita, regulagem da semeadora em relação a deposição de sementes na profundidade adequada, correção do solo e outros vários fatores.
Scot Consultoria: Qual o cuidado que o produtor deve ter para adequação da área antes da implantação do sistema?
Paulo Arbex: O produtor deve fazer todas as correções físicas e químicas necessárias, fazer a limpeza da área (retirada de pedras e tocos), fazer a sistematização da área e começar a implantação por pequenos talhões para dominar a técnica e depois expandir para as demais áreas.
Paulo Arbex, engenheiro agrônomo e professor da Unesp de Botucatu.
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